As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa féSample

Papiro 52, um fragmento antigo do Novo Testamento

O pedaço de documento antigo chamado de Papiro p52 é a cópia mais antiga reconhecida de qualquer porção do Novo Testamento encontrada até agora. Contém partes de João 18:31-33, 37-38. Embora os estudiosos não saibam onde foi encontrado originalmente (veio provavelmente de Oxirrinco ou Faium, no Egito), foi adquirido em Alexandria pela Biblioteca John Rylands, de Manchester, em 1920, juntamente com centenas de outros fragmentos semelhantes de papiro. O pequeno fragmento mede 8,9 por 6 cm. Os estudiosos não perceberam sua significância até 1934, quando Colin H. Roberts identificou seu conteúdo.

Especialistas datam o p52 no 2º século, geralmente ca. 125 d.C., principalmente ao comparar o estilo da escrita com o de outros papiros de datas conhecidas, o que indica uma datação paleográfica de sua escrita como adriânica (117-138 d.C.). Contudo, pesquisas recentes sugerem uma data mais próxima a 200 d.C. O escriba antigo escreveu na frente e no verso com 114 letras legíveis visíveis. A frente mostra partes de sete linhas de João 18:31-33, enquanto o verso tem partes de João 18:37-38. Por ter escrita nos dois lados, o fragmento pertence a um códice (um livro, em vez de um rolo), que provavelmente consistia apenas no evangelho de João, o qual os estudiosos estimam que teria um total de 130 páginas de cerca de 21 por 20 cm.

Com base na datação do p52, hoje os estudiosos geralmente encaixam a composição do evangelho de João no final do 1º século. Esse minúsculo fragmento de papiro acabou com tentativas anteriores de colocar a origem do evangelho de João no 2º século. Atualmente, os estudiosos já catalogaram 139 papiros do Novo Testamento. Contudo, à medida que os arqueólogos descobrem novos papiros, sempre há a possibilidade de que um manuscrito incontestável do Novo Testamento do 1º século possa surgir. Até lá, o p52 permanece como a testemunha inegavelmente mais antiga.

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