As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa féSample

Os Tabletes de Al-Yahudu: memórias do cativeiro babilônico.

Após a chegada dos judeus exilados à Babilônia, as autoridades imperiais enviaram a maioria deles para regiões pouco habitadas, a fim de estabelecer novos assentamentos. Uma delas se chamava Al-Yahudu ou “Cidade de Judá”. Uma prática babilônica comum era a nomeação de uma aldeia com base no local de origem da maioria de seus habitantes. Sabemos sobre Al-Yahudu por causa de uma coleção de cerca de 200 tabletes de argila (descobertos há vários anos e que estão em posse de um colecionador particular), no atual Iraque, perto de Birs Nimrud, aproximadamente 100 km a sudoeste de Bagdá. Os tabletes, que datam do 6º e do 5º século e cobrem um período de cerca de 90 anos (572–484 a.C.), retratam como os exilados e seus descendentes viveram em Babilônia logo após a queda de Judá em 586 a.C.

Redigidos em escrita cuneiforme acadiana, os tabletes de argila são registros de atividades agrícolas e comerciais que consistem em arrendamentos de terras, recibos de pagamentos em tâmaras e cevada, transações de gado, aluguel de casas, empréstimos de prata, vendas e transferências de escravos. Um dos documentos, o Tablete 15, por exemplo, lista vários nomes judaítas e a quantidade de tâmaras que precisavam entregar para pagar o aluguel pelas terras que receberam do Estado. Em troca, eles serviriam como arqueiros no exército do rei.

Embora o Antigo Testamento não mencione a aldeia nem o conteúdo que encontraram nos tabletes, eles esclarecem o cotidiano dos exilados e nos ajudam a entender melhor a realidade do cativeiro babilônico.

Os tabletes de Al-Yahudu mostram que, mesmo em meio às consequências do cativeiro, Deus não abandonou o Seu povo. A vida registrada em argila confirma que os exilados continuaram existindo como comunidade de fé, sustentados pela esperança em Suas promessas.