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As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa féSample

As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa fé

DAY 28 OF 30

O Ossuário de Caifás

Em 1990, equipes de construção encontraram uma tumba, em Talpiot, a leste de Jerusalém, do final do período do Segundo Templo, que datava do 1º século a.C. até o 1º século d.C. A tumba tinha apenas quatro lóculos ou nichos especiais na parede para armazenar os corpos dos mortos. Além disso, continha 12 ossuários (pequenas arcas de armazenamento de ossos) com inscrições de nomes de homens e mulheres. Sua importância deriva do fato de que dois deles traziam o nome de Caifás, o sumo sacerdote que condenou Jesus Cristo à morte.

Dois dos ossuários não haviam sido espoliados em nenhum momento no passado. Um deles tinha a inscrição “Miriã, filha de Simeão”. Quando os escavadores removeram um crânio de dentro dele, uma moeda do período de Agripa I, ano VI (42–43 d.C.), caiu de sua boca. Embora colocar dinheiro dentro da boca do falecido para pagar o pedágio pela travessia do rio Estige para o inframundo fosse um costume pagão generalizado, foi a primeira vez que os arqueólogos encontraram a prática em uma tumba judaica.

O ossuário 6 era o mais bem decorado, com figuras geométricas formadas por duas rosetas, que tinham outras seis rosetas no interior e uma moldura com borda de motivos florais. Um dos lados do ossuário trazia a inscrição “José, filho de Caifás—Yehosef bar Qafa”, em aramaico. Um ossuário tinha apenas um nome inscrito em seu lado mais estreito, que consistia de três letras aramaicas (qf') — Qafa ou “Caifás”.

É evidente que a pessoa chamada Qafa era o pai de José e, portanto, há pelo menos duas gerações juntas na mesma tumba. Qafa, de acordo com a grafia aramaica, é o primeiro nome, como os amigos e entes queridos do falecido o teriam chamado. Parece que esse nome se tornou tão popular que passou a ser usado como um nome de família, pelo qual seus descendentes ficaram conhecidos. Quem poderia ser esse Caifás?

Dois documentos históricos contêm o nome de Caifás. Josefo menciona Caifás: “...para conquistar a simpatia da nação... (Vitélio) destituiu José, também chamado Caifás, do sumo sacerdócio, e nomeou Jônatas, filho de Anano, o ex-sumo sacerdote, para o suceder. Depois disso, ele viajou de volta a Antioquia” (Josefo, Antiguidades 18.3.3).

O segundo documento que, todas as vezes, se refere a ele pelo primeiro nome, Caifás, é a Bíblia (Mt 26:3, 57; Lc 3:2; Jo 11:49; 18:13; At 4:6). Ambas as fontes oferecem a versão grega do nome Caifás. O terceiro documento que contém esse nome, mas na forma hebraica, é a Mishná: “Elioenai, filho de Hacofe (Caifás)” (m. Pará 3.5). Ele foi um dos poucos sumos sacerdotes que havia queimado uma vaca vermelha para a purificação ritual. A maioria concorda que o Caifás dos escritos de Josefo e da Bíblia é o mesmo que aparece na Mishná.

É possível explicar por que a família Qafa tinha apenas um túmulo, relativamente pequeno, na necrópole de Jerusalém Oriental, com apenas alguns ossuários: ela provavelmente não era daquela região, mas de algum outro lugar. A família se mudou para Jerusalém, provavelmente na época de Herodes, o Grande, após serem promovidos a um cargo superior. Então, os descendentes que ali se estabeleceram construíram a tumba.

É altamente provável que esse Qafa seja o sumo sacerdote que condenou Jesus à morte. Curiosamente, os arqueólogos descobriram evidências de inscrições sobre vários dos principais personagens envolvidos na morte de Jesus: Caifás, Pilatos e Simão de Cirene. Isso confirmou sua existência como indivíduos históricos e, assim, reforçou de forma convincente a autenticidade do registro do evangelho.

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As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa fé

Dizem que as pedras não falam... mas as pedras da história estão falando. A arqueologia não compete com a fé. Ela a confirma, a enriquece... e a fortalece. Neste plano de leitura, você vai descobrir como os achados arqueológicos dão vida às histórias da Bíblia. Vai percorrer culturas, civilizações e tradições que cercaram Israel e, ao mesmo tempo, conectar sua fé com evidências reais que resistiram ao passar dos séculos.

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