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As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa féSample

As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa fé

DAY 8 OF 30

A inscrição que confirma Balaão

Em 1967, arqueólogos descobriram fragmentos de inscrições em gesso de Deir’Alla (talvez a Sucote bíblica) no Vale do Jordão, que ficaram conhecidos como os “Textos de Balaão”. Os pesquisadores encontraram 119 peças no chão de um cômodo que desmoronou e as organizaram, com cuidado, em 15 grupos diferentes, dos quais a Combinação I (17 linhas) e a Combinação II (37 linhas) são as mais longas. Embora uma porção da Combinação I tenha sobrevivido suficientemente para que tenhamos um texto inteligível (que menciona “Balaão, filho de Beor”), a Combinação II continua incompreensível e não parece se referir a Balaão.

Estudiosos datam as inscrições do fim do 9º século a.C. O escriba antigo as escreveu com tinta preta em uma parede rebocada, sendo que algumas palavras no início da Combinação I estão em tinta vermelha. Esse tipo de inscrição em gesso, embora seja uma descoberta rara, não é desconhecido, pois o relato bíblico (Dt 27:1-8) o menciona. O idioma nos textos de Deir’Alla mostra características tanto aramaicas quanto canaanitas.

A Combinação I ecoa narrativas proféticas do Antigo Testamento. Ela começa com “[Esta é a in]scrição de [Balaã]o, [filho de Beo]r, o homem, o vidente dos deuses” (linhas 1 e 2). A linha 6 contém as palavras “[Balaã]o, filho de Beor” e a linha 8 tem o nome “Balaão” por inteiro. Tais detalhes não deixam dúvida de que se trata do mesmo Balaão de Números 22-24.

O texto descreve como Balaão recebeu instruções em visões noturnas, depois das quais se levantou de manhã para levar sua mensagem alarmante (linhas 1-3; cf. Nm 22:20 e 21) a um conselho de vários deuses intermediários, os Shadayyin (talvez “demônios” [lit. shedym] em Dt. 32:17; Sl 106:37), incluindo a deusa Shagar. Balaão profetiza tempos difíceis e repreende seus ouvintes por se voltarem a Shagar na esperança de evitar a calamidade iminente. Em outro dos textos de Deir’Alla, Balaão aparece como um eloquente invocador de maldições. Entretanto, na narrativa bíblica, ele não foi capaz de amaldiçoar Israel.

A inscrição de Deir’Alla é uma narrativa não-israelita de Balaão, um vidente em um culto não-yahvista, o que mostra que o profeta Balaão, que Números 22-24 menciona, também existia nas tradições da Transjordânia dos séculos 8º e 9º. Embora alguns estudiosos infiram que o relato de Números não seja historicamente confiável e que tenha se desenvolvido certo tempo depois dos textos de Deir’Alla, ainda assim é plausível que Balaão tenha vivido no final do século 15 a.C. e que seu legado, por algum motivo, tenha perdurado na região mesmo séculos depois. As inscrições podem, portanto, refletir uma memória distorcida do evento descrito em Números 22-24 ou, mais provavelmente, um incidente diferente na vida de Balaão.

Assim, mesmo em fontes não bíblicas, vemos ecos da história registrada na Palavra de Deus. Isso nos lembra que a verdade da Escritura resiste ao tempo e que nenhum poder humano ou espiritual pode frustrar os planos do Senhor. O mesmo Deus que transformou a maldição de Balaão em bênção sobre Israel continua sendo fiel para transformar em bênção a vida daqueles que confiam nEle.

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As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa fé

Dizem que as pedras não falam... mas as pedras da história estão falando. A arqueologia não compete com a fé. Ela a confirma, a enriquece... e a fortalece. Neste plano de leitura, você vai descobrir como os achados arqueológicos dão vida às histórias da Bíblia. Vai percorrer culturas, civilizações e tradições que cercaram Israel e, ao mesmo tempo, conectar sua fé com evidências reais que resistiram ao passar dos séculos.

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