As pedras falarão: Descobertas arqueológicas para solidificar nossa féSample

Esbaal: um nome entre Saul e Davi

Arqueólogos encontraram a Inscrição de Esbaal em um jarro de armazenagem de quatro alças que encontraram no chão de uma construção em Khirbet Qeiyafa, um sítio a cerca de 30 km a sudoeste de Jerusalém, no cume ao sul, que margeia o Vale de Elá. A inscrição, que usa a escrita canaanita, foi datada no início do 10º século a.C. Ela diz: “... do campo/propriedade de Esbaal, filho de Beda”. Esbaal significa literalmente “Homem de Baal”. A palavra baal geralmente é traduzida como “senhor” ou “mestre” e era intimamente associada ao deus canaanita da tempestade.

O nome pessoal Esbaal aparece só uma vez dessa forma na Bíblia. Esbaal foi o quarto filho do Rei Saul (1Cr 8:33) e o único que o relato da morte de Saul e de seus outros filhos pelas mãos dos filisteus não menciona (1Sm 31:2). Ele era o mesmo filho cujo nome é registrado como Is-Bosete (2Sm 2-4) – “Homem de Vergonha”. Bosete era uma substituição comum em nomes judaicos para a palavra “baal”. A similaridade dos nomes valida a cronologia da história de Saul, que se passa no início do 10º século e século a.C.

A inscrição de Esbaal confirma que nomes como o do filho de Saul eram usados exatamente no contexto do início do século 10 a.C., período de Saul e Davi. O detalhe de que a Bíblia registra o mesmo personagem ora como Esbaal, ora como Is-Bosete, ilustra a mudança cultural e religiosa de Israel em rejeitar qualquer associação com Baal. Assim, um simples jarro com nome gravado reforça a cronologia bíblica e mostra a profunda conexão entre os registros arqueológicos e a narrativa das Escrituras.