Não se recusem um ao outro

Alguém em Corinto foi corajoso o suficiente para escrever uma carta incômoda para o apóstolo Paulo. Sabemos disso porque 1 Coríntios 7 começa com “Quanto aos assuntos sobre os quais vocês escreveram...” — ao que Paulo responde com instruções para a intimidade sexual entre maridos e esposas.

Sou muito grata por algum cristão ter sido corajoso o suficiente para fazer perguntas difíceis sobre aspectos práticos de amar “uns aos outros”, e me sinto muito grata porque a Palavra de Deus preservou a sábia e útil resposta de Paulo. Na minha busca por converter os princípios teóricos dos “uns aos outros” em ação, preciso de todo estímulo, incentivo e lembretes que as Escrituras têm a oferecer.

Os desafios de tratar “uns aos outros” como Cristo nos chama a tratar não se restringem às esferas públicas. Eles nos acompanham até a mesa de jantar, em nossas conversas mais vulneráveis e entre quatro paredes.

Em todos os momentos, em todas as áreas, Deus nos chama a renunciar ao nosso egoísmo e a priorizar as necessidades dos outros acima das nossas. Não existe um único âmbito das nossas vidas em que sejamos isentas de amar “uns aos outros”. No contexto do casamento, isso significa que não usamos o dom do sexo para ganhar poder sobre o outro, para manipular ou controlar. Em vez disso, lembramos o mandamento de Deus de “amar uns aos outros” e nos recusamos a deixar que o dom da intimidade sexual se torne uma arma.

A Palavra de Deus não é um restaurante self-service. Não podemos escolher o que se aplica e o que não se aplica, porque “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3.16-17)

Isso significa também que não podemos lidar com os “uns aos outros” das Escrituras como se estivéssemos num restaurante self-service. Não podemos ser seletivas em relação a quem amamos, honramos e incentivamos. Em vez disso, pedimos ao Espírito Santo que nos capacite a amar “uns aos outros” em público e entre quatro paredes.

O que parece estranho para você nos “uns aos outros”?

• Talvez seja o chamado explícito para nos revestirmos de humildade quando o seu coração se inclina mais naturalmente para o orgulho.
• Talvez seja o mandamento de suportarmos uns aos outros quando você se sente tentada a jogar tudo para o alto.
• Talvez a ideia de confessarmos nossos pecados uns aos outros faça você suar frio ou a admoestação de Paulo para que cônjuges não se recusem um ao outro faça você se sentir fora de controle.

Não responda ao incômodo descartando o mandamento. Abra a Bíblia vez após vez e sinta-se encorajada — os “uns aos outros” são presentes, inspirados por Deus e úteis para todas as áreas da sua vida.

REFLITA

Sua vida sexual é algo que você submeteu à autoridade das Escrituras?

ORE

Peça ao Senhor para revelar qualquer área em que você tenha decidido que amar os “outros” é opcional.

CONFIE

Por meio da Palavra de Deus e do poder do Seu Espírito, você tem tudo de que precisa para amar “uns aos outros” como Cristo te chamou para amar.

Seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. ~ 2 Pedro 1.3

PRATIQUE

Se você for casada, faça o que Paulo nos pede no versículo de hoje, se recusando a reter o dom da intimidade sexual do seu cônjuge, a menos que tenha discutido o assunto com ele e ambos tenham concordado. Mesmo assim, limite esse tipo de restrição no seu casamento.

Se você não for casada, honre o mandamento encontrado em Hebreus 13.4: “O casamento deve ser honrado por todos, e o leito conjugal, conservado puro, pois Deus julgará os imorais e os adúlteros.”