Urgência da tarefa evangelística

Leitura de hoje: (continuação) Seção 9 do Pacto de Lausanne - Urgência da tarefa evangelística. Leia aqui a Seção 9.

Todos nós estamos chocados com a pobreza de milhões de pessoas, e conturbados pelas injustiças que a provocam. Aqueles dentre nós que vivem em meio à opulência aceitam como obrigação sua desenvolver um estilo de vida simples a fim de contribuir mais generosamente tanto para aliviar os necessitados como para a evangelização deles.

Os milhões em situação de pobreza

O Pacto de Lausanne reconhece os pobres, famintos e marginalizados como parte essencial do contexto da evangelização, lembrando-nos de que a missão de levar o evangelho ao mundo começa com o autoexame da própria igreja. Embora os cristãos possam divergir quanto à definição de justiça e injustiça ou em relação às soluções políticas e econômicas, não podemos ignorar a realidade de que milhões e milhões de pessoas carecem de alimento, moradia, vestuário, educação, emprego e assistência médica adequados (Is 58.6-7). Todo cristão deveria sentir-se profundamente tocado por essa realidade e vigiar para que a exposição constante às notícias e imagens da mídia não torne seu coração insensível.

Para aqueles que gozam de uma vida confortável, o Pacto lança um chamado desafiador: adotar um estilo de vida simples. Essa expressão gerou uma ampla reflexão entre os signatários originais do documento. Alguns sugeriram a redação “um estilo de vida mais simples”, mas a verdadeira questão não está nas palavras, e sim na decisão sobre o que é necessário e o que é excesso. Pobreza, simplicidade e generosidade assumem significados diferentes em contextos diferentes: O acesso à água encanada pode representar um luxo em algumas regiões do mundo, enquanto em outras é um recurso tão comum que passa despercebido.

As Escrituras não estabelecem um padrão econômico absoluto. Não incentivam um ascetismo exagerado, nem proíbem a posse de bens particulares (At 5.4); ao contrário, nos chamam a desfrutar dos dons de Deus com gratidão (1Tm 4.1-5; 6.17). No entanto, também valorizam a igualdade e a generosidade como reflexos da graça abundante de Deus (2Co 8.8-15).

Cada crente deve decidir diante de Deus o que é necessidade e o que é luxo, aprendendo a contentar-se com o essencial para a vida (1Tm 6.6-8). O desperdício – especialmente de alimentos, quando tantos passam fome – é pecado. Uma medida prática pode ser revisar nossos bens anualmente, doando o que não usamos.

Cultivar um estilo de vida simples é, ao mesmo tempo, um ato de cuidado solidário com os pobres e uma escolha estratégica para a missão. Ao viver com menos, liberamos recursos para ações de ajuda e evangelização – obras que muitas vezes deixam de avançar por falta de recursos.

Reflexão

De que forma você pode desenvolver um estilo de vida simples que lhe permita canalizar recursos para impactar o reino?

Oração

Senhor, ensina-me a estar contente com o que tenho e ajuda-me a viver com simplicidade, para que eu possa doar generosamente para a obra do teu reino.