Seguindo os Últimos Passos de JesusSample

Jesus foi preso, esmurrado, esbofeteado, cuspido, amarrado, açoitado, despido, golpeado na cabeça encravada com uma coroa de espinhos e até vendado. Só que uma coisa chama a atenção: Jesus não foi amordaçado.

A acusação de Jesus que o levou à crucificação foi a blasfêmia, por ele afirmar ser Deus. Faria sentido que os líderes religiosos, tentando impedir Jesus de pregar o que eles acreditavam ferir a lei de Moisés, mandassem amordaçá-lo. Eles só não puderam fazer isso porque até quando a Palavra é difamada, desobedecida e violada, ela não pode ser calada!

A causa da morte na cruz decorria de asfixia. Os pregos encravados nos crucificados dificultavam sua respiração, pois, para inalar o ar, eles precisavam se apoiar nos pés, que já estavam perfurados pelos espinhos. Para exalar o ar, eles tinham que flexionar os braços, rasgando mais as mãos presas pelos cravos. A última coisa que alguém com falta de ar deseja é falar. Por isso, precisamos dar muita importância para as últimas palavras de Jesus na cruz:

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lucas 23:34). Jesus conseguiu perdoar seus ofensores enquanto a ofensa estava sendo cometida. Ele não levou para a cruz nenhum ressentimento, mesmo após ter sido abandonado, traído, negado, cuspido, xingado e envergonhado. Se Jesus é nosso exemplo, que desculpas temos para reter mágoas contra o próximo?

“Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” (Lucas 23:43). Jesus declarou a salvação de um dos condenados que estava sendo crucificado ao seu lado. Ele mostrou que, no modelo de salvação em seu Nome, nunca é tarde demais para ser salvo e a única coisa necessária é crer nele, pois aquele homem não tinha nenhum mérito, nem tempo para praticar boas obras e consertar sua conduta.

“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mateus 27:46). No momento em que proferiu essas palavras, Jesus estava carregando todo o pecado da humanidade e experimentando o afastamento de Deus decorrente dele. Perceba que esse foi o único sofrimento do qual Jesus se queixou, o que revela que a única angústia verdadeiramente insuportável é a separação do Pai, e Jesus acabou com ela definitivamente, quando o véu que separava o Santo dos Santos da congregação foi rasgado de alto a baixo.

“Tenho sede.” (João 19:28). Quando Jesus teve sede, embeberam uma esponja de vinagre e a fixaram em um caniço de hissopo, levando-a à sua boca. Esse detalhe é importante, pois, no Egito, Deus mandou que os israelitas tomassem um molho de hissopo, molhassem-no no sangue do cordeiro e marcassem as ombreiras das portas, para que o Destruidor não ferisse os primogênitos dos israelitas (Êxodo 12:22-23). Ao receber sobre si a marca com o hissopo, Jesus se tornou a porta para nossa salvação, preservando-nos com seu sangue de toda a destruição do pecado e de Satanás.

“Está consumado!” (João 19:30). Jesus completou a obra que o Pai lhe enviou a fazer, cumprindo toda a lei e os profetas, e nos devolvendo à plenitude espiritual, emocional e física, para que fôssemos capazes de concretizar o propósito que Deus havia estabelecido para nossa vida desde antes da fundação do mundo. Tudo o que precisamos para viver a vida abundante que Jesus veio trazer foi consumado na cruz!