Pedro: e se fosse hoje?

Pedro era visto como um homem comum e sem instrução formal (Atos 4:13). No entanto, sua ousadia chamava atenção. Ele representava bem um perfil que até hoje encontramos:

• Pessoas simples, mas que têm coragem de se levantar e falar.
• Pessoas intensas, que podem ser vistas como “demais” ou “exageradas”.
• Pessoas que, em seus erros, não conseguem esconder quem realmente são.

Em nossos dias, muitos vivem como Pedro vivia antes de ser transformado por Cristo:

• Intensos, mas desorientados. Pessoas que mergulham de cabeça em relacionamentos, trabalhos, causas ou ideologias, mas que se frustram porque não têm um norte seguro.
• Corajosos, mas vulneráveis. Não têm medo de se expor, mas acabam falhando em público também.
• Apaixonados, mas instáveis. Hoje firmes na fé, amanhã duvidosos; hoje servindo, amanhã desanimados.

Na cultura atual, marcada pela busca de “equilíbrio emocional”, ser “8 ou 80” é quase sempre visto como defeito. As pessoas valorizam quem é ponderado, controlado, quem sabe se manter na média. Porém, a verdade é que, muitas vezes, essa suposta moderação esconde frieza, indiferença e até uma vida sem paixão.

Pedro nos lembra que Deus não precisa de gente morna. Ele prefere alguém que arde, ainda que erre, a alguém que nunca se move. Apocalipse 3:15-16 nos mostra que o Senhor rejeita a mornidão espiritual. Ou seja, o problema não é ser “8 ou 80”, mas viver sem direção.

Na prática, vemos “Pedros modernos” em várias áreas:

• No trabalho: pessoas que mergulham em projetos, arriscam ideias novas, erram, acertam, mas sempre fazem a diferença.
• Na igreja: irmãos que choram, oram alto, pregam com paixão, mas também se atrapalham e precisam de correção constante.
• Na família: pais ou mães que amam profundamente, às vezes se descontrolam, mas nunca deixam de lutar pelos filhos.

Essas pessoas podem ser julgadas como “difíceis”, mas quando seu coração é rendido a Cristo, tornam-se as mais poderosas testemunhas do Evangelho.

Reflexão

Vivemos em um mundo que nos empurra para a mediocridade — para o meio-termo, para o “nem quente, nem frio”. Mas Pedro nos mostra que é possível viver com intensidade, desde que direcionada pelo Espírito Santo.

Quantos de nós já dissemos:“Eu sou assim mesmo, explosivo, intenso, descontrolado”? É verdade que Pedro era assim. Mas o encontro com Jesus não apagou sua intensidade — apenas a redirecionou.

• Antes, falava sem pensar; depois, pregava com ousadia.
• Antes, agia por impulso; depois, agia por revelação do Espírito.
• Antes, sua intensidade machucava; depois, curava multidões com palavras de vida.

O paralelo para hoje é claro: Deus não quer mudar a sua essência, Ele quer santificar a sua intensidade.

Se você se identifica com Pedro, talvez já tenha sido chamado de “difícil” ou “problemático”. Mas lembre-se: pessoas intensas, quando alinhadas ao propósito de Deus, são exatamente aquelas que Ele levanta para sacudir o mundo.

Oração

Senhor, eu reconheço que muitas vezes vivo como Pedro — intenso demais, às vezes descontrolado, às vezes apaixonado, às vezes inseguro. Mas eu não quero ser morno, não quero viver na indiferença. Quero que a minha vida tenha direção em Ti. Espírito Santo, toma o meu fogo e coloca-o no altar. Que a minha intensidade não seja para o meu ego, mas para a Tua glória. Usa-me, Senhor, como testemunha viva do Teu poder, assim como usaste Pedro no meio da sua geração. Em nome de Jesus, amém.