Entre Salmos e HinosSample

O bem-aventurado

O Salmo 1 faz uma bela conexão com Mateus 5.1-12 (Sermão das Bem-Aventuranças), pois, em sua estrutura narrativa, afirma que “bem-aventurado” (makários, em grego) significa o indivíduo em estado de plena satisfação, que não pode ser desestabilizada por fatores externos. O Salmo é um chamado a uma consciência de fé e responsabilidade no chão da vida, fazendo uma distinção clara daquele que serve a Deus e as consequências de rejeitá-Lo em uma atitude de vida ímpia. Dois caminhos são apresentados: o caminho dos justos e o caminho dos ímpios. Os caminhos são opostos. Um traz significado e satisfação plena, enquanto o outro leva à destruição.

Diante dessa narrativa, podemos observar as características desse que o Salmo afirma ser um “bem-aventurado”:

1. Não se envolve em caminhos tortuosos (escolha) (v.1).
Não “anda” (não tem proximidade), não se “detém” (não tem consideração) e não se “assenta” (não compra o pacote de maldades). O Salmo está falando que o indivíduo que é bem-aventurado e serve a Deus é intencional no seu viver, não negocia princípios e vive para agradar ao Seu Senhor. Os ímpios não são assim.

Como está o nosso andar no dia chamado hoje?

2. As Escrituras formam a base de seu sistema de crenças (v.2).
A vida deste indivíduo está firmada nas Escrituras, na Rocha, semelhante ao que o Senhor Jesus falou no final do seu Sermão da Montanha em Mateus 7.24-25. Ele vive em cima de princípios eternos e não compra ideologias do momento. Esse ato é contínuo: de dia e de noite, ou seja, a qualquer momento ele está conectado com Deus e Sua Palavra.

Nossas vidas estão alinhadas com a Palavra de Deus?

3. Sua vida não depende das circunstâncias para florescer (v.3).
É como árvore plantada junto a correntes de águas, ou seja, sua vida está irrigada constantemente pela Água da Vida: Jesus. Ele não depende das circunstâncias para fazer o certo e viver em integridade, pois o fruto da sua vida demonstra isso (a folha não murcha) e tudo o que ele faz é bem-sucedido (prospera). Prosperidade, segundo as Escrituras, é ter Deus aprovando as nossas ações, assim como aconteceu com José, no Egito, independentemente das circunstâncias.

Temos dado bom testemunho de Cristo, apesar das circunstâncias?

4. São diferentes dos ímpios que não possuem estabilidade (vv. 4-5).
Apesar dos ímpios apresentarem uma prosperidade aparente, eles não possuem a bênção do Eterno. Suas vidas são como a palha, podem ser levadas pelos “ventos da vida” a qualquer momento. Para esses, Jesus pergunta: “Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lucas 12.20).

Onde está a nossa estabilidade: nas coisas ou no Senhor Jesus?

5. Vive uma vida de integralidade diante de Deus (v.6).
O caminho do justo é completo. Não possui trechos desconhecidos e não possui duas identidades diante de Deus. Sua vida reflete aquilo que Jesus disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16).

Somos íntegros diante do Eterno?

Somos lembrados no Salmo 1 a observar a nossa vida sob a perspectiva de Deus, do que Ele aprova, deseja e aquilo que Ele abomina. Uma vida justa não tem a ver com aquilo que fazemos, mas com aquilo que Deus faz em nós por meio de Jesus Cristo, pois sem Ele nada podemos fazer (João 15.5). O justo faz tudo o que o Salmo diz por causa da ação de Deus em sua vida.

Este Salmo inicial, da literatura hebraica Tehilim (Livros de Salmos, em hebraico), é um chamado à sabedoria, pois o caminho dos justos leva à vida, porém o caminho da impiedade levará à destruição. Pensemos nisto e avaliemos nossa vida sob a ótica da Sabedoria Divina. Como bem disse o escritor de Provérbios 8.35-36:“Porque o que me acha, acha a vida e alcança favor do Senhor. Mas o que peca contra mim, violenta a própria alma. Todos os que me aborrecem amam a morte.”

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Questões para edificação:

1. Sua vida reflete o comportamento de um justo?

2. Quais os caminhos que precisam ser abandonados em sua vida?

3. É possível ser justo num mundo tão ímpio ou temos que negociar alguns valores?

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Pr. Miguel Ângelo de Oliveira, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.