Entre Salmos e HinosSample

Deus é por nós

Estamos diante de um salmo de lamento. No momento de dúvida e desespero, Davi sai de Judá, foge da perseguição do rei Saul e se refugia exatamente em Gate, cidade filisteia. Isso porque achava ser o último lugar onde Saul esperaria encontrá-lo, principalmente porque os filisteus eram um povo inimigo.

No entanto, essa fuga fracassou e Davi ficou duplamente cercado: de um lado, por Saul, e do outro, pelos filisteus de Gate. Este salmo revela que Davi corria grande perigo e, de acordo com o relato bíblico, precisou fingir-se de louco com o intuito de livrar-se do inimigo (1Sm 21.10–22.1). Assim, o clamor de Davi ao Senhor é por livramento diante dos seus algozes, pois a opressão das forças contrárias era iminente.

Davi descreve a afronta, a opressão e o ataque provocados pelo inimigo como:

1. Uma afronta diária (vv. 1, 2, 5).
O relato de 1Sm 27 não menciona um ataque físico a Davi, mas ele ouviu muitos impropérios e calúnias contra sua vida. A ideia do texto é que Davi vivia continuamente sendo minado pelo inimigo (Golias ridicularizava o exército de Israel todos os dias).

2. Uma forma oportunista e atrevida (vv. 2, 6).
Davi clama por proteção ao Senhor, dizendo que o inimigo o espreitava altivamente. Também o espionava, a fim de encontrar uma brecha para atacá-lo (1Pe 5.8). Se encontrasse um flanco aberto, haveria um ataque sem misericórdia.

3. Uma atitude difamatória (v. 5).
Davi rasga o coração diante de Deus, dizendo que os inimigos distorcem suas palavras e levantam calúnias contra ele.

4. Uma ação estratégica (vv. 5–6).
Davi expõe ao Senhor como o inimigo maquina o mal e é organizado em seus métodos, para que, de forma avassaladora, possa atacá-lo (Ef 6.10–12).

O que faz Davi diante dos levantes dos seus inimigos em Gate?

1. Davi declara que a nossa confiança está no Deus que é Senhor (vv. 4, 10).
Diante das afrontas, calúnias, espreitas e difamações do inimigo, Davi sai do desespero e medo para um sentimento de adoração e fé no Eterno: “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” (v. 4).

Em momentos de aflições e perseguições, quando tentam nos amedrontar com difamações e afrontas, não devemos temer. Pelo contrário, devemos ser conduzidos à adoração e exaltação ao Senhor, pois nEle está a nossa confiança. Esta confiança é inabalável.

2. Davi declara que as nossas lágrimas serão enxugadas pelo Deus Consolador (v. 8)
Diante das perseguições e sofrimentos, Davi verte suas lágrimas diante do Senhor. Ele reconhece que sua vida está nas mãos de Deus: “Contastes os meus passos quando sofri perseguições”.

Também reconhece que somente o Senhor pode enxugar suas lágrimas: “Recolheste as minhas lágrimas em teu odre”; ou seja, somente o Senhor Deus tem o poder de consolar nossas vidas e enxugar as lágrimas no dia da angústia e da aflição (Ap 21.1–5).

3. Davi declara que, diante da batalha, temos um Deus invicto (vv. 7, 9).
No verso 3, o salmista diz: “Quando me vem o temor”; e o verso 9 complementa: “Eu invocarei o Senhor. Então, os meus inimigos baterão em retirada”. Essa é a fé que o Senhor imputou no coração de Davi, mesmo em meio aos seus medos e tremores por causa dos adversários. Quando estivermos diante dos nossos inimigos, invoquemos o nome do Senhor, pois Ele batalhará por nós. A vitória é certa, pois o nosso Deus é o vencedor invicto (Rm 8.31–39).

Ao término deste salmo, vemos Davi cantando e dando ações de graças como resposta à sua oração, celebrando a vitória em meio à adversidade (vv. 12–13).

Assim, podemos aprender que, em meio às lutas da vida, certamente o Senhor nos encherá de confiança, alento e uma santa convicção de que: "Somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37).

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Questões para edificação:

1. O que Davi mais expressou ao escrever o Salmo 56?

2. Você tem expressado sua confiança em Deus diante das lutas e adversidades da vida?

3. Onde você tem depositado suas lágrimas?

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Pr. Francisco Chaves dos Santos, pastor efetivo na Igreja Presbiteriana de Manaus.