Confessem seus pecados uns aos outros

Uma das melhores compras que já fiz foi um cobertor ponderado (com pesos).

Ele fica permanentemente na minha cama para me proporcionar uma sensação de segurança e proteção durante a noite. É um presente pelo qual sou grata — porque ele faz o que foi projetado para fazer.

Agora, imagine se eu ficasse tão apegada a esse cobertor a ponto de o carregar para todos os lugares. Eu, provavelmente, perderia um pouco de peso com todo o esforço (ele é pesado!), mas ele me impediria de me movimentar livremente. Cada passo se tornaria um fardo. Eu deixaria de fazer algumas das minhas atividades favoritas. Tocar piano é praticamente impossível se você não consegue levantar os braços. Abraçar as pessoas que amo, cozinhar e até mesmo pegar um livro da estante — tudo se tornaria um fardo.

Provavelmente, eu deixaria de me socializar por amor ao cobertor. Eu afastaria as pessoas que fazem parte da minha vida porque eu teria vergonha de estar sempre enrolada num cobertor feito uma criança e porque eu não gostaria de ficar cansada de carregar o peso dele. Existem também as consequências do próprio convívio com as pessoas. Talvez alguém aponte o meu erro. Talvez eu tenha que abrir mão do meu cobertor. Talvez tirem sarro de mim. Não! Vou ficar aqui na minha cama com esse cobertor aconchegante. É muito mais seguro.

Não é desse jeitinho que somos às vezes com o nosso pecado? Está aí uma verdade que talvez queiramos ignorar: o pecado, muitas vezes, nos faz sentir confortáveis. Como o meu “cobertor de segurança”, nosso pecado pode nos proporcionar uma sensação de segurança. Podemos, com facilidade, enganar nossa mente e coração para que acreditem que estamos mais seguras escondidas debaixo do nosso pecado. Abrir mão dele, confessá-lo, admitir para alguém que precisamos de ajuda? Hum ... Vou ficar aqui mesmo, onde é seguro.

O pecado não é um peso que deveríamos ficar carregando por aí. Ele deve ser deixado num lugar, na cruz de Jesus.

Mas, às vezes, precisamos da ajuda de outras pessoas para chegar até o Senhor. É por isso que Tiago nos disse para “[confessar] os seus pecados uns aos outros e [orar] uns pelos outros para serem curados.” (Tiago 5.16)

Meu cobertor, por melhor que seja, não substitui o toque físico e as interações reais com pessoas que amo. Às vezes, o que eu realmente preciso é de uma mana-amiga que me deixe chorar no ombro dela ou de um abraço de alguém que se importe comigo e me aponte para Jesus. Da mesma forma, a pseudo-segurança de nos escondermos no nosso pecado não substitui a alegria de termos em nossas vidas pessoas que realmente nos conhecem, cuidam de nós e oram por nós.

O peso do nosso pecado, necessariamente, nos afasta de uma intimidade piedosa com os nossos irmãos. Quando nos envolvemos em vergonha e medo, nos afastamos da cura que Deus deseja nos dar por meio da confissão. Deus nos criou para precisarmos uns dos outros e esse tipo de intimidade, geralmente, requer uma vulnerabilidade que muitas vezes parece custosa demais.

Com o que você está envolta hoje? Com o perdão de Deus e as orações do povo dele. . . ou com o peso do seu pecado? Existe liberdade à sua disposição, mas você precisa estar disposta a abrir mão do cobertor.

REFLITA

Que pesos você está precisando largar? Você está envolta com a “segurança” de alguma coisa que Deus quer tirar de você?

ORE

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração;
prova-me, e conhece as minhas inquietações.
Vê se em minha conduta algo que te ofende,
e dirige-me pelo caminho eterno. ~ Salmos 139.23-24

Em seguida, confesse tudo o que Ele revelar e peça por graça para andar no caminho que Ele indicar.

CONFIE

Abrir-se com outros crentes sobre seus pecados e tristezas é um dos meios que Deus usa para te curar. As orações do povo de Deus importam.

Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. ~ Tiago 5.16

PRATIQUE

Escolha uma irmã em Cristo e ore com ela. Pergunte em que ela precisa de oração e, com sinceridade, compartilhe as suas próprias necessidades. Depois, juntas, levem essas necessidades a Deus.