Ser discípulo de JesusSample

SEMANA 4: DESFRUTANDO DA GRAÇA NO CAMINHO

Dia 28: A régua da graça

Você provavelmente conhece alguém assim: uma pessoa que tem respostas para tudo, que se considera a mais correta do universo, e que, na sua mente, os outros são apenas "os outros" — não tão merecedores, não tão dignos da salvação, da graça e das bênçãos de Deus. Ela mede os outros com sua própria régua e, nesse processo, sempre se vê superior aos demais.

Essas pessoas, por acreditarem que são perfeitas, frequentemente não têm tolerância para com os erros alheios. Elas tendem a condenar os outros de maneira firme, e, por vezes, seus julgamentos são vazios de amor e empatia. As palavras que saem de suas bocas podem ser cruéis: "esse tipo de gente tem que morrer", "esse tipo de gente não merece nada", "esse tipo de gente tem que ir para o inferno". Elas se acham tão perfeitas que se veem como mini deuses, com o direito de ditar o que é certo e errado.

Talvez você seja essa pessoa. Se esse é o seu caso, talvez ainda não tenha compreendido totalmente o que é a graça de Deus. Esta forma de pensar e se comportar é de alguém que ainda não percebeu que o seu estado inicial era de afastamento de Cristo e morte eterna. Não entendeu que foi liberto pelo sangue de Cristo da escravidão do pecado e, infelizmente, ainda não reconheceu que a salvação não vem de suas próprias forças, mas é um dom gratuito de Deus, do qual não pode se gloriar.

A Bíblia nos ensina sobre a graça de forma profunda através da parábola do Servo impiedoso, em Mateus 18:21-35. Na parábola, um rei decide ajustar as contas com seus servos e chama um que lhe devia uma quantia tão grande que era impossível de pagar. O servo, desesperado, pede perdão, e o rei, cheio de compaixão, perdoa toda a dívida. No entanto, ao sair, esse mesmo servo encontra um outro que lhe devia uma quantia muito menor. Em vez de perdoá-lo, ele o agarra e exige o pagamento imediato, mandando-o para a prisão quando o outro não consegue pagar. Ao saber do que aconteceu, o rei ficou indignado, chamou o servo e lhe disse: "Eu te perdoei toda aquela dívida porque você me pediu, e você não deveria ter perdoado seu irmão, que te devia tão pouco?" Se fizermos essa comparação em termos atuais: seria como se a dívida perdoada pelo rei fosse de cerca de 22,8 bilhões de dólares, e o servo se recusasse a perdoar uma dívida de apenas 5.800 dólares. A diferença é surreal!

Quando verdadeiramente entendemos o tamanho da graça de Deus em nossa vida, começamos a usar a régua da graça para medir os outros. Isso nos enche de humildade, amor e empatia, e diminuímos a vontade de julgar e ditar sentenças sobre os erros dos outros. Como C S Lewis bem explorou: “Os cristãos devem lavar os pés uns dos outros, não atirar pedras uns nos outros."

Que Deus nos lembre sempre de onde Ele nos tirou, e que a graça seja a nossa régua — não apenas em nossa relação com Ele, mas também em nossos relacionamentos e com as pessoas que estão ao nosso redor.

Reflexão e ação

A graça de Deus, que nos alcançou, é a medida com a qual você costuma medir o próximo?