O Som Que Ecoa Pela Eternidade (Maturidade Na Adoração)Sample

Assisti a um vídeo do Rick Phino no Instagram a falar que os líderes de apoio à adoração (congregacional) devem preferir cantar as suas próprias canções. O que ele se estava a referir era a respeito da maturidade de um adorador. Ou seja, isto é para todos os que se consideram Cristãos. Somos adoradores.

O salmista diz: “Cantai ao Senhor um cântico novo” (Sl 96)

Em primeiro lugar, é importante mencionar que a Bíblia é muito específica em relação à divisão de tarefas. Por exemplo, ela fala que somos membros de um corpo (1 Co 12:12), fala que uns foram chamados para serem mestres, outros emissários, outros profetas (1 Co 12), etc. Então porque é que acreditamos que a maturidade de um adorador estaria vinculada a que todos os adoradores cantassem as suas próprias canções?

A questão aqui não é sobre composição musical, mas sobre maturidade. O maduro é aquele que já é capaz de adorar sem uma muleta, que já compreendeu e está, por si só, adorar.

“Quando eu era menino falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem deixei para trás as coisas de menino.” (1 Co 13:11)

OBS: Maturidade significa “condição de plenitude em arte; saber ou habilidade adquirida”.

Quando éramos bebés, repetíamos tudo o que os nossos pais e pessoas mais velhas falavam. No processo da aprendizagem, copiamos os sons, as palavras, tentamos copiar todos os jeitos das outras pessoas. Quando alcançamos certa idade, compreendemos que temos um “eu” próprio, aprendemos novas palavras, escolhemos a forma como vamos andar, assim por diante. É um ciclo natural da vida. Assim também é na adoração. Com o chegar da maturidade na adoração, conhecemos que temos um som próprio, uma voz única e que as nossas “cópias” e referências anteriores deram-nos base para conhecermos isso e chegarmos até ali.

Há um som único dentro de nós. Esse é o ponto central da discussão. Adoradores maduros reproduzem-no, produzem a sua essência, ao invés de ficarem a tentar reproduzir o som de outro. É isso que Rick Phino quis dizer. Muitos podem ficar a vida inteira a repetir as canções já gravadas, a repetir as mesmas ministrações, etc. Mas o maduro é encontrado mesmo quando está a cantar uma canção de outra pessoa, pois se sabe quem está a ministrar naquele momento. O som dele é único.

Vou dar-lhe um exemplo muito simples. Uma música que todos conhecemos: Ousado Amor.

Fui a uma igreja em que o ministro foi, cantar essa música, estava a fazer as mesmas firulas, os instrumentistas tiraram todos os arranjos iguaizinhos à versão escolhida pra cantar, as interpolações eram as mesmas e, como se não bastasse, a ministração foi igualzinha à da versão do youtube “teu amor não falhaaaaaa não nos decepcionaaaa”. Estou a enfatizar na parte crítica para tentar chegar onde quero. Pergunta: o que há de novo?

Isso é não é bom quando se tem todos os momentos do louvor a serem cópias de momentos lindos que vemos no youtube. Deus age de muitas formas. Especialmente, acredito que há algo novo de Deus liberado para cada culto e cada momento de devocional. Há algo para alcançarmos. Como Efésios 1:3 diz “bendito seja Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo”. Acredito que Deus libera bênçãos e verdades no reino do espírito para todos os momentos de reunião e que podemos trazer à existência através da adoração. O Espírito conduz-nos a isso.

“[...] Deus que dá vida aos mortos e chama à existência as coisas que não existem como se existissem” (Rm 4:17).

Lembra-se do Dia 2, sobre o que o pastor explicava sobre o mundo espiritual? Que não há paredes, como temos aqui no nosso mundo físico. Imagine um vácuo. O que se fala, cada palavra, ecoa pela eternidade, infinitamente. Aquilo é declarado de forma eterna. Fiquei a imaginar que isso explica muitas coisas. Uma delas é do porque Jesus deu ênfase às palavras. Ele ensina muito sobre isso, por exemplo, que daremos conta de cada palavra fútil (Mt. 12:36), do poder usando-as (Lucas 9), fala-se disso em toda a bíblia! Em Provérbios, Eclesiastes, Salmos, Génesis, Pedro, Apocalipse, etc etc.. As palavras tem poder mesmo!

Agora imagine a importância da reprodução do seu som individual. Imagine isso a reproduzir-se pela eternidade, perante anjos, para justiça e glória de Deus e a demónios, para a sua própria vergonha. É muito poderoso.

O seu próprio som pode ser cantado e tocado numa canção já existente. Seguindo o exemplo acima, se vai cantar ‘Ousado Amor’, essa é a sua música base, mas o Espírito de Deus vai mostrar-lhe por onde quer que caminhe. O que quer que cante, o que deve transmitir através dessa música, com o seu próprio som!

Finalizando, como Ruth Heflin diz, não é a música que vai trazer a atmosfera de adoração, mas é a Presença d'Ele. O seu próprio som é para isso, ele é perfeito para atrair a presença d'Ele. Não importa se não é um cantor. Deus criou-o com um som próprio que atrai a presença d'Ele.

Vamos finalizar tirando um tempo de devoção com as nossas próprias palavras ao Senhor? Deixe o seu som fluir naturalmente. Se achar interessante, reproduza um instrumental ou um Pad e adore ao Senhor à sua maneira, com as suas palavras e com o seu coração. Ele está pronto para si!

Ouse!

Foi muito bom chegar consigo até aqui!
Vemo-nos nos próximos estudos.
Abraços.

Dani Elle e credocriativo.com