Paz Em Meio Ao Caos - Para Corações AnsiososSample

# Dia 7 - A confissão que leva ao descanso Tenho um carinho muito especial pela pessoa de Davi, pois ele não foi perfeito em tudo o que fez, e ainda deixou um legado de confissão de pecados e sentimentos conflitantes nos Salmos que escreveu, como este de hoje. Davi cometeu muitos erros e sua família estava longe de se enquadrar nos moldes ideais, mas Deus o nomeou como “homem segundo o meu coração” (Atos 13:22). Em linhas gerais, essa definição significa que Davi era comprometido com a vontade de Deus e seus propósitos. Quando falhava em sua missão, era humilde em reconhecer, confessar e mudar o alvo para agradar ao Senhor. O que isso tem a ver com ansiedade? Pense comigo: nossos receios e medos querem chamar nossa atenção e é muito difícil silenciá-los e descansar em Jesus, concorda? O motivo disso é que nossa mente não foi criada para funcionar com barulho e agitação, mas com paz e calmaria. Como vimos no início da jornada, o pecado da incredulidade é a raiz de nossa ansiedade, pois quando não cremos em Cristo, nos tornamos indiferentes a Ele, e isso nos impede de sentir e viver seu amor e proteção de forma leve e natural. Parece algo pequeno, mas a verdade é que a incredulidade é sinônimo de fechar os ouvidos para a voz de Deus e abri-los para qualquer outra coisa que parta deste mundo ou do pecado que tão de perto nos rodeia. Por isso, a confissão faz parte do descanso da alma. Ela nos alivia dos pesos desnecessários que carregamos ao tentar fazer o que só Deus pode fazer, e libera o caminho do nosso coração para que Cristo assuma o comando novamente. Precisamos constantemente pedir e deixar que o Eterno sonde nossos corações, pois a ansiedade revela que há sombras dentro de nós que precisam ser aniquiladas por luz. Há raízes de ansiedade que se ancoram em desejo por controle, em feridas do passado ainda não cicatrizadas, em falta de perdão liberado e até mesmo na decepção com o próprio Deus (especialmente dentro de uma perspectiva de que Deus deveria seguir os nossos planos). Guardar estas dores e pecados é como deixar na geladeira um pote de comida que já estragou, mas que achamos que ainda pode ser usado para alguma coisa. Em algum momento, começará a contaminar outras partes e precisaremos nos livrar de coisas que, antes, nem eram problemas reais. Ainda mencionando o profundo livro do autor Larry Crabb, “De dentro para fora”, vale refletirmos sobre o quanto estamos dispostas a permitir navegar pelas profundezas de nossa alma, a fim de encontrar resultados definitivos nessa luta com o parasita da ansiedade. “Quais são os pontos problemáticos com que precisamos trabalhar para que tenhamos uma mudança gradual e significativa até o dia de nossa morte? O que precisamos corrigir em nós para que experimentemos uma transformação de dentro para fora? Só depois que identificarmos o problema é que iremos realmente apreciar a solução que nos é apresentada. Quanto mais compreendermos a malignidade do pecado, mais bela acharemos a cruz de Cristo”. Não creio que toda situação que nos causa ansiedade seja fruto de algum pecado oculto. Há muitas situações inesperadas que nos deixam sem ação, e é completamente normal sentir insegurança e medo. Mas, no momento em que identificamos algo recorrente e que atrapalha a nossa vida, o que menos precisamos é de soluções superficiais (Jeremias 6: 14). A Palavra de Deus está nos fazendo um convite e uma recomendação: “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” (1 João 1: 9 e 10). Nossa alma precisa de descanso, e só o encontraremos na presença de quem nos conhece por completo, sem reservas, sem máscaras e sem segredos. É chegada a hora de fazer um raio-x da alma. Coragem, irmã!