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ECLESIASTES Introdução

Introdução
No preâmbulo (1,1), a autoria do livro é atribuída a um rei de Jerusalém, filho de David, o que tradicionalmente é interpretado como uma referência a Salomão, o sábio por excelência. Alguns sugerem que a expressão «filho de David» poderia tratar-se de uma referência messiânica não específica de Salomão, mas de qualquer outro rei de Judá (os monarcas de Israel e Judá descendentes de David eram considerados figuras messiânicas) ou do próprio Messias. Este rei de Judá, autor do livro, é igualmente representado pela figura de «um só pastor», estendendo-se esta figuração de rei-pastor messiânico (como o próprio antepassado da casa real messiânica, David, que antes de ser rei fora pastor) de Ezequiel 11,7 até às palavras proferidas por Jesus, acerca de si mesmo, no Evangelho segundo João (João 10,7–16), especialmente o v. 16, onde a expressão «um só pastor» igualmente aparece. Seja como for, a figuração messiânica da personagem que se apresenta na primeira pessoa como autor não deixa de parecer notória.
O livro do Eclesiastes é também conhecido pelo seu nome hebraico, Qohelet. O título designa alguém que participa como orador numa assembleia. Este livro apresenta alguma convergência com as perspetivas do livro de Job. Em ambos os casos a reflexão é diretamente motivada e alimentada pelos problemas suscitados na experiência pessoal. Assim o autor fala frequentemente na primeira pessoa e redige uma espécie de testamento de maturidade, onde traça algumas das conclusões da sua experiência, de uma vida marcada por numerosas desilusões, contradições e problemas. Expressa um tom de arrependimento pelos próprios erros e vaidade e sede de conhecer Deus.
O autor descobriu a inutilidade de muitos esforços humanos e a dificuldade de se encontrar um sentido para a vida, diante dos problemas levantados pela injustiça, pelo futuro e pela morte. Muitas vezes a sua experiência leva-o a entrar em discussão com as ideias tradicionais dos sábios. Alguns dos seus critérios e soluções não se coadunam com os dados da sua experiência quotidiana. Ele procura o sentido global da vida, para descobrir o que é que cada um tem a fazer relativamente ao seu destino. Mas não encontra resposta satisfatória. A conclusão é que o homem deve assumir com modéstia o seu lugar no mundo e diante de Deus, acolhendo aquilo que a vida oferece de bom como um dom de Deus.
Desta maneira, o livro mostra os limites da sabedoria humana, que encontra diante de si um vazio que não consegue preencher. A saída para esta situação, segundo o Eclesiastes, é o respeito a Deus e o confiar-se inteiramente a ele.
O livro é essencialmente meditativo. São três os temas principais, sublinhados quase como refrão: 1. A vida está cheia de contradições; 2. Só Deus, Senhor da história e do Universo, lhe conhece o sentido escondido; 3. O homem é incapaz de descobrir o que Deus tem preparado para o futuro.
Este livro pode sintetizar-se no seguinte plano:
— Apresentação: 1,1.
— Preâmbulo: nada de novo existe, tudo se repete na vida humana: 1,2–11.
— Inquérito sobre a vida humana: a inutilidade de tudo o que sucede debaixo do sol: a alegria, a sabedoria, o trabalho, o esforço: 1,12—6,9.
— Os limites da capacidade humana de entender a vida e ação de Deus: 6,10—11,8.
— Lição sobre o verdadeiro prazer da vida: gizar as pequenas coisas do dia a dia: 11,9—12,8.
— Conclusão: o sentido da vida está em temer a Deus: 12,9–14.

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