Três mentiras e uma verdade

Por vezes, não é tão fácil discernir entre o que é verdadeiro e o que é falso. Algumas mentiras são, sim, escancaradas; mas outras são “meias verdades”, difíceis de identificar. João alerta seus leitores sobre 3 mentiras que estavam sendo divulgadas como verdades pelos falsos mestres, marcadas pela frase “se dissermos” (1 João 1.6, 8, 10). Essas doutrinas podem ser descritas como: (1) perfeccionismo, (2) legalismo e (3) antinomianismo — ou libertinagem.

O perfeccionismo é o pensamento de que não somos culpáveis diante de Deus e que, por isso, não merecemos nenhum tipo de julgamento — em outras palavras, é negar nossa natureza pecaminosa.

O legalista até “reconhece” sua pecaminosidade, mas é alguém que pensa ser mais do que é, achando inclusive que pode merecer sua salvação — é alguém que minimiza seu pecado, pois eles não são tão ruins quanto outros, e se acha melhor do que aqueles que “pecam mais e mais feio”.

É uma diferença sutil, mas que existe: enquanto o perfeccionista diz “eu não tenho pecado, sou uma pessoa boa” (v. 8), o legalista diz “eu já passei da fase ruim, não cometo mais pecados” (v. 10).

Finalmente, o libertino é alguém que ignora a seriedade do pecado e vive com base em uma falsa ideia de “graça livre”, em que Deus nos livra da condenação do pecado para vivermos do jeito que quisermos (v. 6) — é a ideia de que, já que estamos salvos, vamos curtir tudo o que o mundo nos oferece.

Infelizmente, cada uma dessas mentiras ainda encontra espaço no nosso meio. Alguns se acham perfeitos, outros pensam ser melhores do que “os que estão fora”, e outros vivem como querem sem ver problema algum. A resposta para cada um desses casos é a verdade que nos liberta (João 8.31–32), que nos mostra tanto a podridão do nosso pecado quanto a graça do Senhor que nos conduz ao arrependimento, que nos purifica de todo pecado e que nos move à mudança.