Seguros e frutíferos

Segurança — é sobre isso que João fala em toda a sua carta. E sem medo de ser redundante em alguns aspectos, João conclui sua carta declarando seis coisas que os filhos de Deus sabem e traz uma exortação final.

Primeiro, nós sabemos que temos a vida eterna (v. 13). Sim, a vida eterna é algo futuro; mas nós sabemos hoje que temos a vida eterna — ela não pode ser perdida, porque ela nos foi dada por meio da obra imutável de Cristo na cruz.

Segundo, sabemos que ele nos ouve quando oramos (v. 15). Nós, filhos de Deus, temos acesso ao Pai por meio de Cristo, nosso Sumo Sacerdote.

Terceiro, sabemos que receberemos o que pedirmos de acordo com a vontade de Deus (v. 14–15). Deus não é um “gênio da lâmpada gospel”; ele é o Deus Criador, Santo e Justo, que nos declara sua vontade e que nos promete bênçãos quando oramos e vivemos sua vontade.

Quarto, sabemos que os que são nascidos de Deus não vivem em pecado (v. 18). O cristão não é alguém perfeito, mas certamente é alguém transformado — uma nova criatura, que vive a vida de Cristo (cf. 2 Coríntios 5.15, 17).

Quinto, sabemos que pertencemos a Deus, e não ao diabo (v. 19). Portanto, também não somos de nós mesmos, e devemos desejar ser governados por Deus.

Sexto, sabemos que o Filho de Deus veio (v. 20). A base para todas as declarações de João, para sua vida e esperança, está na certeza de que Cristo é o Filho de Deus — o verdadeiro e a vida eterna.

Finalmente, João nos exorta a nos guardarmos dos ídolos (v. 21). Um final aparentemente estranho, mas completamente necessário. Fuja das mentiras do mundo, de tudo o que podem lhe oferecer. Coloque sua confiança em Cristo — só ele pode lhe salvar e lhe transformar.

“Não somos de nós mesmos: não permitamos que nossa razão nem nossa vontade, portanto, influenciem nossos planos e ações. Não somos de nós mesmos; portanto, não tenhamos como objetivo buscar o que é conveniente para nós segundo a carne. Não somos de nós mesmos: na medida do possível, esqueçamo-nos de nós mesmos e de tudo o que é nosso. Por outro lado, somos de Deus: vamos, portanto, viver para ele e morrer por ele. Nós somos de Deus: deixe sua sabedoria, portanto, governar todas as nossas ações. Nós somos de Deus: que todas as partes de nossa vida caminhem em direção a ele como nosso único objetivo legítimo.” (João Calvino)