Amando sacrificialmente

Certa vez, o Pr. Kevin DeYoung disse que “quanto mais tornarmos a Bíblia segura, mais enfadonha ela se tornará”. Quando falamos apenas das afirmações positivas da Bíblia e não lidamos de forma justa e direta com as afirmações negativas, tornamos a fé entediante — não vemos os contornos e arestas de nossa fé; em vez disso, temos uma espiritualidade nebulosa.

O amor é um dos temas que normalmente são tratados apenas como algo positivo e superficial. Aqui, no entanto, João traz exemplos, ordens e aplicações negativas e positivas no que se refere ao amor, deixando claro que não há um “muro”. Nós não somos indiferentes às pessoas: ou nós as amamos, ou as odiamos.

Caim é o exemplo usado pelo apóstolo de alguém que não amou ao próximo: ele matou seu irmão, “porque as suas obras eram más, e as de seu irmão eram justas” (3.12). Pessoas que vivem na luz incomodam os que vivem nas trevas, exatamente como vemos em Abel e Caim. Quando vemos alguém agindo justamente, nos incomodamos, pois nosso próprio pecado é revelado, e, ao invés de tomarmos essa pessoa como exemplo, buscamos formas de condená-la, apenas para nos sentirmos confortáveis no nosso pecado.

O contraste feito pelo apóstolo, então, é a atitude do próprio Cristo, que “deu a sua vida por nós” (3.16). Ninguém foi tão odiado quanto ele, e ninguém amou tanto quanto ele. Com Cristo como nosso exemplo, “também nós devemos dar a nossa vida pelos irmãos” (3.16).

Por isso, o amor é algo muito mais difícil do que estamos acostumados a pensar. Não é a “afirmação incondicional” que o mundo prega; é o amor sacrificial que Deus nos ensina. Você demonstra amor àqueles que o rejeitam e daria sua vida em favor de pessoas desagradáveis e ingratas? Você está atento às necessidades do próximo, disposto a se sacrificar e dar o que é seu em favor dele? Esse é o amor que o evangelho nos capacita a demonstrar, porque esse é o amor que Cristo demonstrou por nós. Olhe ao redor e ame as pessoas sacrificialmente.