Pai Presente: Refletindo o Coração do Pai CelestialExemplo

Lucas 15:20 (NAA) “...estando ainda longe, seu pai o viu e, cheio de compaixão, correu, o abraçou e o beijou.”

O primeiro gesto que nos impressiona na parábola do filho pródigo não é o do filho voltando para casa, mas o do pai, aquele que está atento, que enxerga de longe, que não espera sentado, mas corre ao encontro. A imagem de um homem maduro correndo seria, para o contexto judaico da época, culturalmente improvável. Pais de família com certo status não corriam. Mas esse pai rompe expectativas: ele vê antes, sente antes, age antes.

Esse é o reflexo do nosso Pai celestial. Ele não é indiferente à distância. Ele não está esperando apenas que voltemos com discursos prontos e arrependimentos decorados. Ele vê a movimentação do coração. O olhar do Pai é sensível ao menor sinal de volta. A palavra grega usada para “compaixão” aqui é splagchnizomai, a mesma usada para descrever o sentimento de Jesus diante das multidões aflitas (cf. Mt 9:36). Não é uma pena superficial, é um mover das entranhas, uma empatia profunda que se transforma em ação imediata.

Ser um “pai presente” à luz dessa passagem é mais do que estar fisicamente no ambiente. É cultivar um olhar espiritual atento aos movimentos do coração dos filhos. É ter um amor que corre, que ultrapassa convenções sociais, que vai ao encontro antes mesmo do pedido de desculpas. Pais que refletem o coração de Deus aprendem a ver de longe — não para julgar, mas para resgatar.

Na prática, isso significa desenvolver sensibilidade espiritual. Significa estar mais preocupado com reconciliação do que com reputação. Significa ser o primeiro a estender os braços — mesmo quando o outro ainda está “sujo da lama dos porcos”.

Reflexão final:
Tenho sido um pai (ou líder) atento aos sinais de dor e retorno nos corações ao meu redor?
Sou mais rápido em cobrar ou em acolher?
O que significa “ver de longe” com os olhos de Deus em minha família?