Eu CreioExemplo

Eu Creio - A Oração da Igreja

Os apóstolos não desejavam separar-se da Igreja Judaica, pois foi ao entrar no templo que Pedro e João restauraram o coxo. Veja: esses homens foram confrontados por uma ordem do mais alto tribunal da nação para que ficassem em silêncio — o mesmo tribunal que havia condenado seu Mestre.

Amor nacional, respeito pela lei, orgulho pela própria raça, reverência por instituições envelhecidas pelo tempo, força dos laços sociais, amizades pessoais, medo de se tornarem perturbadores da paz, temor pela segurança pessoal... Tudo isso conspirava para intensificar o comando: “não falar nem ensinar em nome de Jesus.”

O que, então, os capacita a se oporem à ordem do Sinédrio? Seu amor pessoal por Jesus. Ficar calados era impossível. Embora ligados à sua nação por laços duradouros, um cordão ainda mais forte os unia a Cristo. “...não podemos deixar de falar...” (At 4.20).

E eles falaram — com ousadia. Existem correntes no mar que, apesar dos ventos e das marés opostas, seguem seu curso sem impedimentos, impulsionadas por uma força poderosa escondida nas profundezas. Tal força, no coração desses discípulos, era o amor por Cristo.

Às vezes, os homens são chamados de corajosos quando, na verdade, são apenas imprudentes. O homem verdadeiramente corajoso é ousado e calmo o suficiente para agir com sabedoria. Na conduta dos apóstolos, cada marca da verdadeira coragem se manifesta:

1 – Eles demonstram que seu curso de ação não é motivado por impulso ou paixão. São movidos por profundas convicções. Firmam-se no terreno mais elevado possível: o senso do que é certo.

2 – Eles não buscam ambições pessoais, nem procuram vingança ou a conquista do aplauso popular. Quando a imperatriz Eudóxia enviou mensagens ameaçadoras a Crisóstomo, em Constantinopla, exigindo que ele cessasse suas duras repreensões, o pregador de língua dourada respondeu: “Diga à imperatriz que Crisóstomo só teme o pecado.”

Veja como a intrepidez e a sabedoria se evidenciam na forma como os apóstolos apelam a esse mesmo princípio de justiça presente na mente de seus acusadores: “Julgue você mesmo.” Esse senso de que é correto obedecer mais a Deus do que aos homens, quando aplicado à vida prática, deve ser recomendado à consciência de todos (At 4.18-31).

A coragem dos apóstolos é também vista pela Igreja. “Sendo dispensados, foram para a companhia dos irmãos.” No Sinédrio, o ar estava denso de suspeita e malícia; na Igreja, havia o amor, a pureza e a paz do céu. A verdadeira coragem é aquela que busca se sustentar respirando essa atmosfera.

É o sopro do Espírito de Deus sobre a Igreja. Cristo não enviou os apóstolos ao julgamento sem antes dotá-los do poder necessário para cada momento. Os cristãos devem aprender a esperar que o Espírito Santo opere neles e por meio deles, suprindo tudo o que suas necessidades exigirem.

Se a coragem é a virtude necessária, então a coragem será o fruto do Espírito. Diante do Sinédrio, o Espírito tornou Pedro ousado; depois, esse mesmo Espírito o tornou profundamente humilde. João, originalmente um “filho do trovão”, foi tão transformado pela ação do Espírito que se tornou um exemplo notável de gentileza cristã.

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Questões para edificação:

1. A ousadia de Pedro perante o Sinédrio se deu por que motivo? (At 4.8-10)

2. Quem estendia a mão para curar, fazendo sinais e prodígios? (At 4.29-31)

3. Como servos de Deus, estamos prontos para não negarmos a Jesus? Sua intimidade com Jesus como anda?

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Francisco Wellighton Gomes Farias, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.