Eu CreioExemplo

Eu Creio - A Oração de Ezequias

Sabemos que a oração é uma declaração da nossa insuficiência. Já foi dito por alguns que a oração é coisa para pessoas fracas. E é verdade. Oramos porque somos fracos, mas cremos em um Deus que é a nossa força. E, conscientes disso, nos aproximamos do rei Ezequias. Seu nome significa “O Senhor é minha força” e, ao longo de sua vida, ele experimentou dessa fortaleza em meio às dificuldades.

Ezequias reinou por volta de 700 a.C., no Reino do Sul, em Jerusalém. A época de seu reinado é bastante significativa, pois, enquanto ele desenvolvia sua liderança, o Reino do Norte estava sendo assolado pela Assíria, o que culminaria em sua total destruição e no cativeiro de seus habitantes. O Império Assírio, cuja capital era Nínive, era conhecido por sua crueldade no trato com as nações. Agora, os olhos da Assíria se voltavam para Jerusalém. Eles queriam tomá-la, à semelhança do que haviam feito com seus irmãos samaritanos.

Ameaças foram feitas, tanto verbalmente quanto por escrito. Jerusalém seria mais uma vítima desse império? O que fazer diante de um inimigo tão poderoso? Vejamos o que Ezequias fez — e o que podemos aprender com esse homem de Deus.

Em primeiro lugar, Ezequias ora ao Senhor (vv. 14-15). Ele ouviu atentamente as palavras de afronta, leu as cartas e, depois disso, ajoelhou-se e buscou ao Senhor. Haveria lugar mais apropriado para estar? E por que, mesmo sabendo disso, nós, ao contrário de Ezequias, deixamos a oração como último recurso? Precisamos aprender com Ezequias que a nossa resposta está sempre nas mãos de Deus.

Em segundo lugar, Ezequias reconhece a gravidade do problema, mas confia em Deus (vv. 17–19). O Império Assírio não estava mentindo. De fato, havia destruído inúmeras nações. Rabsaqué, oficial do rei assírio, fez questão de enumerar as diversas nações conquistadas e de afirmar que nenhuma delas havia escapado da ira de seu exército. Ezequias não ignorou a seriedade das ameaças, nem tratou o assunto com descaso. Mas, diferente das outras nações, Jerusalém confiava no Deus verdadeiro.

É diante desse Deus que também depositamos nossa confiança. Não é o histórico de derrotas e ameaças que deve mover o nosso coração, mas sim a fé no Deus que servimos. Ele nos responderá.

Em terceiro lugar, Deus responde à oração de Ezequias (vv. 35-37). O Senhor tinha um propósito em toda essa situação: abater o reino da Assíria. E como fazer isso? Criando uma ocasião para tal. Em resposta à oração de Ezequias, o Senhor enviou o Seu anjo ao acampamento assírio e, numa única noite, 185 mil homens foram mortos. “Eu defenderei esta cidade para a livrar”, disse o Senhor, conforme 2 Reis 19.34. E Ele o fez, sem precisar de ajuda humana. Deus pode fazer o mesmo por nós. Você crê?

E não ficou apenas nisso. O próprio rei da Assíria, que havia insultado profundamente o povo de Deus, foi morto por seus próprios filhos enquanto adorava seu falso deus. Assim teve fim o seu grande e poderoso reinado.

Concluímos lembrando o que Tiago escreveu em sua carta universal: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes” (Tg 4.6). Por diversas vezes, Jesus encontrou pessoas com problemas — e esses problemas serviram apenas como caminho para que elas fossem trazidas à Sua presença. Leprosos, cegos e aleijados foram levados até Cristo por causa de seus desafios.

Jesus nos alcançou por meio de Seu sacrifício e sofrimento. Suou sangue, chorou, teve fome e sede, para que hoje pudéssemos desfrutar da vida eterna.

Que nossos joelhos estejam sempre dobrados diante de Deus, aguardando Suas promessas — “para que todos os reinos da terra saibam que só Tu és o Senhor Deus” (2 Rs 19.19). Amém.

-----------------------------------

Questões para edificação:

1. Qual a reação do rei Ezequias ao receber a carta enviada pelo rei da Assíria?
2. Como o Senhor respondeu à oração do rei Ezequias?
3. O que podemos aprender com a atitude do rei Ezequias?

-----------------------------------

Arieuston Gomes de Araújo Netto, pastor auxiliar na Igreja Presbiteriana de Manaus.