Fundamentos Bíblicos Da Relação Do Cristão Com O DinheiroExemplo

Dinheiro e Idolatria: A Batalha do Coração Cristão
Ao mesmo tempo que o dinheiro pode ser uma grande bênção de Deus na vida cristã, ele também pode se transformar em uma grande fonte de tentação. O mesmo valor monetário pode encontrar joelhos dobrados e mãos erguidas em adoração ou, então, pode se deparar com bolsos furados de corações idólatras e gananciosos.
De acordo com o ensino das Escrituras, o problema não está inerentemente ligado ao dinheiro, mas ao coração sujeito à idolatria e a paixões desgovernadas. Nesse sentido, encontramos na Palavra de Deus diversos alertas sobre a relação do cristão com o dinheiro. Uma vida de maturidade cristã depende de reconhecer esses perigos como fontes constantes de tentação e de guardar o coração para não ser cooptado pelo falso deus Mamon, que costuma ser impiedoso com os seus adoradores.
Uma boa maneira de lidar com todos os perigos da nossa relação com o dinheiro seria pensar que todos eles consistem no engano de um falso deus que deseja avidamente cativar os nossos corações. Todos os alertas da Palavra de Deus partem do princípio de que o problema sempre está localizado no coração. Esse entendimento nos ajuda a observar que muitos desses alertas possuem motivações comuns do coração corrompido. E é o que vemos aqui neste texto.
Aqui, nestes dois versículos, nós observamos um alerta sobre o perigo da nossa relação com o dinheiro, relacionado com os desejos de um coração que, como dizia Calvino, “é uma fábrica de ídolos”: O desejo de ficar rico e o amor ao dinheiro.
O primeiro ponto aqui é que os que querem ficar ricos acabam caindo em tentação. O dinheiro não é necessariamente o problema, mas querer ficar rico é relacionado por Paulo com o que poderia ser traduzido, mais literalmente, como: DESEJOS MUITO NÃO SENSATOS (desejos com um alto grau de insensatez) e DESEJOS PREJUDICIAIS (desejos nocivos). E Paulo relaciona esses desejos com a vontade do coração. Se pudéssemos falar em termos mais agostinianos, nós chamaríamos de "ordo amores".
“O reto querer é o amor bom, e o perverso querer, o amor mau. E assim, o amor ávido de possuir o objeto amado é o desejo; semelhantes paixões, por conseguinte, são más, se mau o amor, e boas, se é bom.” — Santo Agostinho
Os desejos são os impulsos apaixonados da vontade. A raiz dos desejos sempre será os amores do coração. Desejos pecaminosos são fruto de amores desgovernados. E é justamente o que Paulo está fazendo aqui: Ele está associando esses desejos insensatos e nocivos/perniciosos à raiz desses desejos, que é o amor desgovernado do coração corrompido: O amor ao dinheiro, que é a raiz desses desejos corrompidos.
As motivações do coração corrompido, como diz o texto, são o amor ao dinheiro. E por que o amor ao dinheiro é um problema? Você se lembra qual é a famosa regra de ouro das Escrituras? A regra de ouro das Escrituras é: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”. E por que isso é importante? Primeiro, porque exclui todo tipo de egoísmo, fazendo-nos olhar para fora de nós e não para dentro de nós. E porque restringe o chamado para amar a uma esfera pessoal. O amor ao dinheiro é veementemente condenado pelas Escrituras justamente porque nos faz olhar para o dinheiro como um objeto pessoal, de maneira egoísta, como algo digno do nosso amor e capaz de nos satisfazer existencialmente. Ou seja, o amor ao dinheiro é um problema por pelo menos duas razões:
A) Amar a Deus e ao próximo exclui todo tipo de egoísmo, fazendo-nos olhar para fora de nós e não para dentro de nós.
Isso significa que o dinheiro deve respeitar esse chamado para amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. E o uso do dinheiro de uma maneira que respeite esse chamado não deve ser feito de maneira egoísta, mas deve estar de acordo com o propósito do porquê Deus nos dá dinheiro, conforme a Escritura.
E quais são os objetivos do dinheiro na vida cristã? Normalmente, a nossa relação com o dinheiro se dá em termos de ganhos pessoais. Quando pensamos em dinheiro, logo imaginamos como podemos ser beneficiados por sua posse. Mas as Escrituras têm em comum o fato de que a nossa relação com o dinheiro não deve ser voltada para dentro, mas para fora. Ou seja, em vez de pensar em como podemos ser pessoalmente beneficiados pela posse daquela riqueza, somos encorajados a olhar para além de nós. Dessa forma, em vez de sua utilidade se restringir ao ganho pessoal, o dinheiro passa a ser uma ferramenta da graça de Deus para exercer a generosidade, redundar em bênção para o próximo e em serviço e adoração a Deus.
B) Amar a Deus e ao próximo restringe o chamado para amar a uma esfera pessoal.
O dinheiro visto de maneira pessoal nos leva a buscar o nosso valor, propósito e identidade nas riquezas, como fonte existencial. Além disso, restringe a nossa relação apenas entre nós e o dinheiro, fazendo-nos esquecer quem é o nosso Doador. Ao fazer do dinheiro um ser pessoal, automaticamente se exclui o verdadeiro ser pessoal por trás do dinheiro, de quem vêm aqueles recursos e para quem retribuímos em gratidão e louvor. Amar o dinheiro é construir um deus falso, um algoz que jamais será capaz de nos satisfazer existencialmente, além de roubar de nós o relacionamento e o reconhecimento daquele que é o único capaz de nos fazer completos e satisfeitos.
O que significa ser rico para você? O dinheiro não é um problema, mas o problema é o nosso coração. O problema não é o dinheiro, mas quando o dinheiro se transforma em um ídolo que governa e se assenta no trono do nosso coração. Se tudo pertence ao Senhor e toda a nossa vida deve ser para a glória de Deus, com o dinheiro não deve ser diferente. Que as nossas finanças, junto com o nosso coração, sejam para o louvor da glória do nosso Deus!
As Escrituras
Sobre este Plano

Nossa relação com o dinheiro pode gerar conflitos constantes, especialmente em uma sociedade movida pelo consumismo, que associa felicidade à aquisição de bens e status. As Escrituras nos revelam que o coração é a verdadeira raiz dos problemas financeiros. Por isso, é essencial refletir biblicamente sobre os objetivos do dinheiro na vida cristã, bem como sobre os perigos envolvidos nessa relação.
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Gostaríamos de agradecer ao Danilo Paixão por fornecer este plano. Para mais informações, visite: www.instagram.com/danilo.paixao_
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