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Ao lembrar-me

Problema: Falta de apoio familiar

Principalmente os vocacionados mais jovens enfrentarão dificuldade para atender ao chamado quando a família não apoia sua dedicação ao ministério. Lutar contra os sonhos e expectativas dos pais pode ser doloroso.

Lectio. “Dou graças a Deus, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas orações.” 2Timóteo 1:3 (NVI, ©2000 – leia 2Tm 1:3-7).

Meditatio. Paulo escreveu 2Tm 1:3-7 no contexto de sua prisão, ciente da proximidade da morte, mas ainda assim expressando ação de graças a Deus, a quem servia com consciência limpa como seus antepassados, ressaltando a fidelidade que atravessa gerações. Seu tom é profundamente familiar ao dirigir-se a Timóteo como filho na fé, lembrando dele constantemente em suas orações, das lágrimas de sua despedida e do desejo de vê-lo para completar sua alegria. Essa afetividade se une à memória da fé não fingida que habitou primeiro em sua avó Loide e em sua mãe Eunice, e que agora florescia no próprio Timóteo, destacando a importância da herança espiritual no ambiente familiar. Nesse encadeamento de lembranças, Paulo insiste em uma: que Timóteo mantenha viva a chama do dom recebido pela imposição de suas mãos, dom que não procede de covardia, mas do espírito de poder, amor e equilíbrio. O ensino central é a perseverança fiel; denuncia a covardia; promove fé, coragem e memória; e instrui a perseverar mantendo o dom aceso.

Oratio. Ore assim: Senhor, como para Timóteo, a família tem grande importância em nossa vocação ministerial; por isso recebo esta palavra para a praticar. Confesso que nem sempre minha família percebe o meu chamado como eu, e isso me aflige e até desanima. Mas eu quero mudar: agradeço-Te por minha família e por tudo o que ela tem sido para mim. Olharei para os exemplos de fé e me animarei, sejam de meus parentes ou de irmãos em Cristo, minha família espiritual. Dá-me um coração quebrantado e contrito para prosseguir em meu chamado sempre com poder, amor e equilíbrio, sustentado pela Tua graça, pois o Senhor não me deu um espírito de covardia.

Contemplatio. Veja Timóteo ainda criança, instruído com carinho por sua avó e por sua mãe na fé das Escrituras. Agora repare em seu pai, de outra cultura e religião, e como isso afetava a posição do filho na comunidade. Mas note o plano perfeito de Deus: na igreja, Ele deu a Timóteo um pai na fé, que o orientou e o fortaleceu em sua vocação. Imagine-os andando juntos, pregando de cidade em cidade e fazendo grandes coisas para a glória de Deus. Assim, a família espiritual pode suprir com fartura o que falta à família natural.

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Confessio. Meus pais foram cristãos exemplares. Sempre mostraram aquela “consciência limpa”, a coerência na conduta de que Paulo falou. Ensinavam a Palavra de Deus de modo prático e inesquecível, acompanhando-me desde que comecei a pregar ainda criança. Quando desejei dedicar-me ao ministério, apoiaram-me e ajudaram-me a vencer obstáculos, acompanhando minha carreira com alegria.

Mas não foram somente eles. Na infância e adolescência, meu pastor foi outro pai. No seminário, uma professora me inspirou a aprofundar minha vida de oração. Minha esposa e filhos caminham lado a lado comigo no ministério. Depois de fundar a AMME, recebi o carinho de um dos maiores teólogos de minha geração.

Estou seguro de que Deus fará o mesmo por você, dando-lhe a família que precisa para cumprir o ministério para o qual Ele lhe chamou. Lembre-se que a vocação não é uma jornada solitária; Deus é o seu pai e o seu chamado é um assunto de família.