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Discipulado Cristão — Conectando-se com a Essência EspiritualExemplo

Discipulado Cristão — Conectando-se com a Essência Espiritual

DIA 10 DE 15

Finanças no Reino de Deus

INTRODUÇÃO

Vemos em Marcos 12:17:

Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele.

Claramente se percebe nesse texto Jesus ensinando que o Reino de Deus possui dois lados: o espiritual e o material. Ambos os lados são de responsabilidade da Igreja, Organismo de Cristo. Sabemos que, espiritualmente, tudo o que recebemos e fazemos é proveniente da graça de Deus. Entretanto, muitos cristãos estão vivendo um grande dilema, principalmente aqueles que pensam que Deus faz barganhas ou trocas. É impossível a alguém comprar algum favor de Deus materialmente. Deus não vende bênçãos: Ele as dá liberalmente e de todo o coração.

Contudo, é preciso ter consciência de que o Reino de Deus tem um lado material cuja responsabilidade compete aos regenerados. Da mesma forma como não vivemos, neste mundo, só do alimento espiritual, e precisamos, sim, do material, semelhantemente no Reino de nosso Deus isso também ocorre. Assim se dava na Antiga Aliança com Israel: havia os dízimos e as ofertas, que sustentavam o lado espiritual de Israel. Com a Nova Aliança em Cristo, não é diferente. Como Igreja, Corpo de Cristo, temos que ter essa consciência e amar as obras de Deus, sustentando-as com nossos recursos materiais, pois isso significa dar a Deus o que é de Deus.

O LADO ESPIRITUAL DO REINO DE DEUS

Lemos em Mateus 10:8:

Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai.

Espiritualmente, de todas as coisas que Deus nos proporciona, Ele não nos cobra. Esse também deve ser o proceder do Corpo de Cristo enquanto serve a Deus. Nunca se deve cobrar para realizar algo espiritual, como por exemplo, para orar, ungir ou pregar a Palavra a alguma pessoa.

Não existe oração, unção ou pregação comprada que seja cheia da unção do Espírito Santo. Se alguém compra ou recebe por tais atos, com certeza Deus não atuará ministrando provisões, e o que ocorrerá será pura ilusão e charlatanismo. Veja, por exemplo, a postura do Profeta Eliseu quando Naamã supostamente quis pagá-lo, em forma de presente, pela benção alcançada:

Então voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva; chegando, pôs-se diante dele, e disse: Eis que agora sei que em toda a terra não há Deus senão em Israel; agora, pois, peço-te que do teu servo recebas um presente. Ele, porém, respondeu: Vive o Senhor, em cuja presença estou, que não o receberei. Naamã instou com ele para que o tomasse; mas ele recusou. (2 Reis 5:15-16)

O Profeta Eliseu não recebeu a oferta de Naamã, no intuito de mostrar que não se compra as bênçãos e nem se paga por elas. Quando Naamã entendeu essa verdade, ele se converteu ao Deus de Israel, por ver a graça do Todo-Poderoso. Quanta coisa seria diferente no Reino hoje, se esse princípio fosse vivido por todos os filhos do Rei, nosso Deus. Não haveria tantas pessoas enganadas dentro da igreja.

Há outro exemplo, do Novo Testamento, é este:

Quando Simão viu que pela imposição das mãos dos apóstolos se dava o Espírito Santo, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: Vá tua prata contigo à perdição, pois cuidaste adquirir com dinheiro o dom de Deus. Tu não tens parte nem sorte neste ministério, porque o teu coração não é reto diante de Deus. (Atos 8:18-21)

A Obra de Deus, bem como o Seu Reino, devem ser buscados sem interesse material, do contrário, a pessoa não tem parte nem sorte nesse ministério.

O LADO MATERIAL DO REINO DE DEUS

Comecemos citando o exemplo de Jesus:

Logo depois disso, andava Jesus de cidade em cidade, e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus; e iam com ele os doze, bem como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios, Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes, Susana, e muitas outras que os serviam com os seus bens. (Lucas 8:1-3)

Note, neste texto Bíblico, Jesus realizando a Obra de Deus espiritual e, ao mesmo tempo, tendo suas necessidades materiais supridas por mulheres piedosas que ofertavam materialmente para o ministério de Jesus. Havia uma voluntariedade nessas mulheres, não uma imposição por parte de Jesus. Tudo que fazemos em prol do Reino deve ser por amor e não por constrangimento:

E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. [...] E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens, sabendo que do Senhor recebereis como recompensa a herança; servi a Cristo, o Senhor. (Colossenses 3:17, 23-24)

CONTRIBUIÇÕES ANTES DA LEI DE MOISÉS

Logo no início de Gênesis vemos o ensino sobre as contribuições:

Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. (Gênesis 4:3-4)

Duas coisas fizeram diferença na oferta feita por Abel e aceita por Deus: a primeira foi a voluntariedade no coração, e a segunda, foi que ele separou a primeira parte. Vemos na Palavra outro exemplo de dízimo voluntário, o que havia no coração de Abrão:

Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis 14:18-20)

Abrão, de forma voluntária, pagou os dízimos a Melquisedeque, como gratidão pelo que Deus fez por ele. Agora, vamos observar o ocorrido com Jacó:

Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir, de modo que eu volte em paz à casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus, então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. (Gênesis 28:20-22)

O contexto de Jacó é diferente do de Abrão. Abrão deu do que recebeu e Jacó, por sua vez, comprometeu-se a dizimar do que havia de receber. Já Abel, como vimos acima, separou uma oferta das suas primícias. Veja que nestes três exemplos sempre houve uma disposição voluntária no coração de cada um deles, seguida de uma atitude, a qual foi aceita por Deus. Pode parecer estranho, mas, sem uma atitude espontânea do interior da alma, Deus não aceita simplesmente o ato exterior em si.

Não é preciso haver uma lei pré-estabelecida para que aqueles que tem compromisso com Deus sejam cooperadores da Obra de Deus. Ofertar e dizimar desde o início, não importando a circunstância, de forma prioritária e espontânea é a atitude que Deus deseja e espera do seu povo, para abençoá-lo e supri-lo em suas necessidades. Em outras palavras, cuidamos materialmente do Reino de Deus, e Ele supre nossas necessidades materiais.

CONTRIBUIÇÕES DURANTE A LEI DE MOISÉS

Com a implantação do Judaísmo em Israel através de Moisés, houve, da parte de Deus, uma preocupação em prover o aspecto material das necessidades espirituais do povo. Havia, espiritualmente falando, na Israel do Antigo Testamento, as seguintes demandas, que precisavam ser supridas: 1. Sacerdotes (descendentes de Arão); 2. Levitas (descendentes de Levi, responsáveis pelos serviços no Templo); 3. Templo; 4. Pobres.

É muito complicado chegar a um valor percentual que totalize as contribuições de um israelita na Antiga Aliança. Dízimos, ofertas alçadas em animais ou colheitas e outras, estabelecidas na Lei de Moisés, são fatores que tornam difícil esse cálculo para nós hoje. Após uma análise geral, podemos concluir que o mínimo que um Israelita contribuía para a manutenção espiritual do Reino de Deus, no Antigo Testamento, era de 15% a 20% do total de sua renda.

Entretanto, não vamos entrar nos detalhes das contribuições em Israel após a Lei neste estudo. O importante é ver o exemplo e a ordenança de Deus para eles. Não entraremos nos pormenores do porquê a Igreja, Corpo de Cristo, não estar sob as ordenanças da Lei de Moisés. Como Igreja, estamos sob a Nova Aliança. A Aliança de Deus com Israel não tem mais valor espiritual diante de Deus.

Muitas pessoas estão ensinando errado acerca do dízimo, valendo-se do seguinte texto de Malaquias:

Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a maior abastança. (Malaquias 3:10)

Este texto não foi escrito para a Igreja e sim para Israel. Usá-lo para a Igreja é distorcer seu contexto histórico e espiritual. Muitos estão dizimando com a motivação errada, querendo apossar-se das promessas que Deus fez a Israel. Não somos Israel, somos a Igreja do Deus vivo.

CONTRIBUIÇÕES NO NOVO TESTAMENTO

Da mesma forma como, no Antigo Testamento, Deus fez uma aliança com Israel, em que eles deveriam observar cada detalhe da Lei, com a Igreja, Deus, em Cristo, fez uma Nova Aliança. Ele não espera que nós observemos mais essa Antiga Aliança e, mesmo se a observássemos, isso não terá nenhum valor diante de Deus:

A lei e os profetas duraram até João; desde então é anunciado o reino de Deus, e todo o homem emprega força para entrar nele. (Lucas 16:16)

Romanos 10:4: Pois Cristo é o fim da lei para justificar a todo aquele que crê.

Podemos, então, aprender que não estamos mais debaixo das exigências da Lei. Cristo nos libertou desse jugo cumprindo-a em nosso lugar, conforme descrito em Gálatas 3:13:

Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.

Parece meio estranho comentar sobre isso em se tratando de contribuições, mas não é. Muitos cristãos estão fazendo a coisa certa, que é dizimar, todavia a estão fazendo do jeito errado. Estranho, mas possível! E, por agirem assim, não estão conseguindo viver o melhor de Deus para suas vidas. Veremos então como deve ser o proceder do Regenerado em relação à contribuição financeira e material no Reino de Deus. O que Deus espera de cada um de nós?

Visão material do espiritual

Vimos que o Reino de Deus tem dois lados: o espiritual e o material. Cabe ao Cristão entender e ter consciência de que existe uma responsabilidade pessoal no aspecto material do Reino. Aprouve a Deus suprir as necessidades materiais do Reino através dos herdeiros desse Reino. Jesus nos ensina uma coisa preciosa:

Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. (Mateus 6:19-21)

Dar a Deus o que é de Deus é investir na manutenção e crescimento do Reino até a segunda vinda de Cristo. Quando fazemos dessa maneira, estamos ajuntando tesouros no céu.

Contribuir com voluntariedade

Quando olhamos para Abel, que ofertou voluntariamente, para Abrão, que dizimou por gratidão, e para Jacó, que assumiu o compromisso de dizimar e cumpriu esse compromisso em um tempo antes da Lei, nós, enquanto cidadãos do Reino que vivem depois da Lei, precisamos ter consciência com compromisso e seguir o exemplo deles. Precisamos ter em mente que não iremos fazer uma troca com Deus, não precisaremos prová-lo, e que não daremos para ter de volta um valor maior, não. Investiremos no Reino por amor, porque Ele nos amou primeiro e porque Deus nos deu por herança esse Reino:

Não procureis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, e não andeis preocupados. Porque a todas estas coisas os povos do mundo procuram; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o seu reino, e estas coisas vos serão acrescentadas. Não temas, ó pequeno rebanho! porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino. Vendei o que possuís, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não envelheçam; tesouro nos céus que jamais acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias; (Lucas 12:29-35)

Se agirmos assim, provaremos que temos cuidado e compromisso com o Reino, e a forma de Deus retribuir em nossas vidas é suprindo também as nossas necessidades. Cuidamos voluntariamente, e por amor, do Reino e Deus cuida de nós. Quanto mais Deus nos dá, mais nós podemos investir no Reino. Portanto, temos que trabalhar cada vez mais e nos esmerar em nossa profissão para que Deus seja cada dia glorificado através de nossas vidas, e para que o Reino cresça em nós e através de nós.

Você deseja isso? Chega de desculpas e justificativas. É hora de mudança.

CONCLUSÃO

Fazemos parte de um sonho de Deus realizado, chamado igreja, e temos o privilégio de participar dessa graça, com a honra de investir nesse Reino. É importante frisar que Deus não deseja apenas que paguemos as despesas, Deus deseja que estejamos envolvidos com Ele próprio, Seu Reino e em comunhão uns com os outros.

Talvez muitas motivações e atitudes devam ser reconsideradas em sua vida de hoje em diante. Com certeza, o Espírito Santo quer usar você com mais intensidade na Obra Santa do Senhor Jesus. Enquanto ainda estamos aqui, nunca é tarde para tomarmos uma posição espiritual. Isso não depende de Deus, depende exclusivamente de cada pessoa. Com certeza, é essa a vontade de Deus.

Você está disposto? Aceita a sua chamada? Então, mãos à obra. Já!

As Escrituras

Sobre este Plano

Discipulado Cristão — Conectando-se com a Essência Espiritual

O Plano "Discipulado Cristão", de Eder G. Costa, explora o significado e a prática do discipulado segundo os ensinamentos de Jesus. O Plano aborda diversos aspectos da fé cristã e do crescimento espiritual, visando capacitar o leitor a não apenas ser um discípulo, mas também a “fazer outros discípulos” e multiplicar a mensagem do Evangelho.

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Gostaríamos de agradecer ao Eder G. Costa por fornecer este plano. Para mais informações, visite: edergcosta.com.br