O Natal Que Desnuda Nossas IlusõesExemplo

O Natal e a fuga para o Egito

Quando Jesus nasceu, José foi avisado em sonho: era preciso fugir para o Egito, pois havia ameaça de morte (Mt 2.13-14). O natal, portanto, foi marcado por exílio, insegurança e perseguição. Diferente do que celebramos, não foi uma noite de paz tranquila, mas de fuga e risco.

Esse episódio nos confronta porque expõe nossa busca por segurança. Queremos um natal de conforto, mas o verdadeiro natal envolveu desinstalação. Deus entrou em nossa história assumindo riscos, experimentando a condição de refugiado. Cristo, ainda bebê, já compartilhava da dor dos que não têm lar.

Será que entendemos o que isso significa? O natal confronta nossa apatia diante dos refugiados, dos marginalizados, dos sem-voz. Ele nos lembra que o Salvador se identificou com os vulneráveis, não com os poderosos.

O convite é deixar de celebrar apenas no conforto da sala decorada e perceber que o Cristo do natal caminha hoje com os perseguidos, os deslocados e os que fogem para sobreviver. O natal só fará sentido se nos deslocarmos da zona de conforto e nos aproximarmos deles.