Entre retalhosExemplo

Por que insistimos em nos esconder de Deus?

Desde o Éden, a vergonha nos ensinou a nos esconder. A folha de figueira virou símbolo da tentativa humana de parecer melhor do que é — de mascarar a verdade com uma versão editada de si. A gente esconde o medo atrás da performance. Esconde a raiva atrás da piedade. Esconde a dúvida atrás da teologia. Mas Deus continua perguntando: “Onde estás?”.

Brennan Manning escreveu que criamos um impostor: aquele eu bonitinho, elogiado, admirado… mas que ninguém conhece de verdade. O problema é que o impostor não pode ser amado, só o verdadeiro eu pode. E se a gente só mostra o impostor, passamos a vida inteira duvidando do amor que recebemos.

Mas Deus nos encontra no lugar em que realmente estamos — não no lugar que fingimos estar. Ele não espera nossa perfeição, mas a nossa verdade. Jesus não chama os fortes, chama os quebrados. Não chama os justos, chama os cansados. Não chama os que se mostram bons, mas os que reconhecem: “Eu não consigo sozinho”.

Quando deixamos de nos esconder, começa a cura. Não porque a dor some — mas porque, finalmente, deixamos Deus entrar onde a dor habita. E ali, naquele lugar escuro, ouvimos o que nunca acreditamos ser possível: “Você é amado. Justamente aqui”.

Para refletir:
Que partes de você ainda tenta disfarçar diante d'Ele?