Descanse sob as Asas do SenhorExemplo

Quando o acaso se revela providência (Rute 2.1–7)

“Por casualidade entrou na parte que pertencia a Boaz…” (v.3)

Que palavra curiosa: “por casualidade”. Aos olhos humanos, tudo parece obra do acaso. Mas a soberania divina não se ausenta do detalhe. O campo em que Rute entra era o de Boaz — parente de Elimeleque, homem justo e rico, instrumento da graça.

Rute não esperou a melhora para agir. Trabalhou desde cedo, com humildade e fidelidade. Apanhava espigas entre os restos. A Lei permitia isso (Lv 19.9; Dt 24.19), mas a fé a fazia trabalhar com dignidade.

Boaz chega e saúda seus trabalhadores com bênção:

“O Senhor seja convosco!” (v.4)

Homem que teme a Deus fora do templo. Líder que honra, que observa, que pergunta:

“De quem é esta moça?”

Rute já era conhecida. Suas obras a precederam. Seu testemunho era falado nos bastidores. Ela não murmurava. Não se vitimizava. Enquanto Noemi se recolhia em amargura, Rute colhia esperança.

Cristo:
Como Rute, andávamos ao acaso. Mas a graça nos levou ao campo do Redentor. Ele nos viu, não com desprezo, mas com compaixão.
Boaz é tipo de Cristo: Senhor do campo, provedor generoso, que vê os esquecidos. A colheita de Rute começa com migalhas — mas o plano de Deus já preparava uma linhagem messiânica.

Aplicação:
Não existe acaso onde Deus reina.
Cada passo seu pode ser providência disfarçada.
Trabalhe com fidelidade mesmo quando os frutos forem pequenos.
Seja como Boaz: justo, atento, piedoso.
Seja como Rute: humilde, resiliente, grata.