O Comportamento do CrenteSample

Princípios bíblicos de ética cristã
Pr. João Arantes Costa
Na primeira lição desta série, procuramos fixar um paralelo entre a doutrina bíblica e a ética cristã. Com isso ficou claro que uma não pode subsistir sem a outra. Não podemos ter doutrina sem ética e ética sem doutrina. Paulo, no texto básico desta lição, tenta mostrar que a mente humana está fixada em alguma coisa. É uma lei da vida que se um homem pensa em algo com frequência, chegará o momento em que não poderá desejar outra coisa. Por isso é importante que o cristão pense em coisas dignas. Aos colossenses escreveu o apóstolo: “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra” (Cl 3.1 e 2).
A esta altura, é bom fazermos uma distinção entre costumes e princípios.
1. Costumes são procedimentos culturais e ocasionais
Os fariseus chegaram a Jesus e lhe disseram: “Por que transgridem os teus discípulos a tradição (costumes) dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem” (Mt 15.2). Lavar as mãos antes de comer é costume de higiene pessoal.
2. Princípios são procedimentos estabelecidos por Deus
São eternos, inalteráveis e inegociáveis. Pedro e João testemunharam diante do Sinédrio que o princípio da salvação está em nosso Jesus: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
Na ética há costumes e há princípios. Como já vimos, os costumes podem variar de acordo com o contexto cultural e profissional, mas os princípios não. Vejamos como Paulo trata desse assunto de princípios. Em Filipenses 4.8, que é o nosso texto-chave, ele estabelece esses princípios.
I. Tudo o que é verdadeiro
O primeiro princípio da ética cristã é, sem dúvida alguma, a verdade. No mundo há muitas coisas ilusórias e enganosas. Prometem o que jamais podem realizar. Paulo destaca esse princípio quando exorta os efésios, dizendo: “Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo”(Ef 4.15). Por faltar com a verdade, Ananias e Safira receberam o castigo máximo de Deus: a morte (At 5.1-11).
II. Tudo o que é respeitável
A versão de Almeida antiga usa “tudo o que é honesto”. A Bíblia de Jerusalém usa “tudo o que é nobre”. Respeitável, honesto, nobre, se confundem no texto original. Quando isso se aplica ao homem, descreve alguém que vive como se todo este mundo fosse templo de Deus. Isto é, a sua vida no mundo é idêntica à sua vida no templo de Deus. No mundo há coisas triviais, baratas, atrativas e superficiais. O cristão deve fixar a mente nas coisas que são profundas, sérias e dignas.
III. Tudo o que é justo
O termo grego dikaios define o homem justo: o que dá a Deus e aos homens o que é devido. Em outras palavras, dikaios é a palavra de dever assumido e realizado. Há quem coloque o pensamento nos prazeres do mundo, esquecendo-se totalmente dos seus deveres para com Deus e para com a sociedade.
O profeta Habacuque condena a quebra do princípio da justiça com os cinco “ais” decretados.
1. “Ai daquele que acumula o que não é seu”.
2. “Ai daquele que ajunta em sua casa bens mal adquiridos”.
3. “Ai daquele que edifica a cidade com sangue e a fundamenta com a iniquidade!”
4. “Ai daquele que dá de beber ao seu companheiro, misturando à bebida o seu furor”.
5. “Ai daquele que diz à madeira: Acorda! E à pedra muda: Desperta!” (Hc 2.6-20).
IV. Tudo o que é puro
A palavra grega usada para puro descreve o que é moralmente limpo e livre de mancha. No ritual do Antigo Testamento, a palavra descreve algo purificado de tal maneira que se faz apto para ser oferecido a Deus em holocausto e para o Seu serviço. Quando Deus ordenou a Páscoa para o povo hebreu, Ele disse: “O cordeiro será sem defeito (sem mancha), macho de um ano”(Êx 12.5). Por exemplo: quando estabelece em 1Timóteo 3 o perfil do líder espiritual, Paulo começa dizendo: “É necessário, portanto, que o bispo seja irrepreensível”. Esse é um princípio que não pode ser alterado no que costumamos chamar de “A ética do obreiro”. Basta ler com atenção o Salmo 24: “Quem subirá ao monte do Senhor? O que é limpo de mãos e puro de coração”.
V. Tudo o que é amável
Parece que a melhor tradução seria “tudo o que é agradável”. O termo amável ou agradável sugere tudo o que suscita amor. Há crentes que vivem sofrendo porque alimentam no coração a vingança. Em vez de atraírem para si o amor, atraem a amargura, o ressentimento.
O escritor da carta aos Hebreus diz: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados” (Hb 12.14-15).
Os crentes da igreja primitiva eram, sem dúvida alguma, agradáveis: “louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo” (At 2.47).
VI. Tudo o que é de boa fama
Também pode ser “tudo o que é de boa reputação”. Podemos clarear esse princípio com a palavra de Paulo em 1Timóteo 3.7. Ele diz: “é necessário que ele tenha bom testemunho dos de fora, a fim de não cair no opróbrio e no laço do diabo”. Abraão era respeitado entre os povos pagãos por causa de sua postura como “amigo de Deus”. O cristão, nos lábios do próprio Cristo, é “luz do mundo e sal da terra”. Será que a nossa “fama”, na comunidade em que vivemos, dentro e fora da igreja, é boa ou má? Será que os nossos parentes e amigos podem dizer de nós o que a sunamita disse de Eliseu ao seu esposo? “Vejo que este que passa sempre por nós é santo homem de Deus” (2Rs 4.9).
Conclusão
Examinamos até aqui os seis princípios da ética cristã. Agora, Paulo termina a sua doutrinação destacando a excelência do comportamento cristão: “Se há alguma virtude e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”. Esses princípios se integram no cômputo dos verdadeiros valores da vida. Pensar nessas coisas significa “tomá-las na devida conta”. Isto é, levar a vida a sério. Se esses princípios são dignos, então tornemo-los parte de nossa vida.
Encerramos esta lição sugerindo a leitura de Tito 2.12: “Educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente”. Eis a excelência da vida cristã: vida sensata; justa e piedosa.
Com base no que leu, reflita:
1. Costumes e princípios – quais os meus valores?
2. Dentro e fora da igreja – tudo é a mesma coisa?
3. Estou vivendo a vida cristã de modo excelente?
Para ler mais acesse: https://rebrand.ly/ebpcu5w
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Temos diante de nós uma série de lições que, certamente, mexerão com a nossa vida cristã. Costumamos dizer que a Bíblia é a “única regra de fé e prática para o cristão”, mas geralmente ficamos apenas na “única regra de fé”. Editora Cristã Evangélica
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