Quando Deus parece longeExemplo

O Mistério do Hester Panim

O conceito de hester panim — “a ocultação do rosto de Deus” — é profundamente enraizado na fé hebraica. Não é abandono, não é rejeição, não é descaso. É mistério. E, nesse mistério, Deus molda a fidelidade dos Seus. Em Deuteronômio, o Senhor diz que esconderia o Seu rosto por causa do pecado, mas a tradição rabínica também reconhece que há momentos em que Deus se oculta para fortalecer a fé do justo.

Hester panim não significa que Deus deixou de agir. Significa que Ele age no invisível. Significa que Ele está operando em lugares onde os olhos não alcançam, preparando uma revelação futura que só será compreendida com o passar do tempo. A fé antiga sempre entendeu que o silêncio de Deus é pedagógico, não punitivo. É um convite para que o coração aprenda a caminhar por convicção, não por emoção; por fidelidade, não por vistas.

Quando o salmista sente Deus “escondido”, ele não conclui que foi abandonado. Conclui que precisa continuar buscando. Esse é o legado dos patriarcas, dos profetas, dos anciãos: continuar confiando quando nada faz sentido.

Hoje, lembre-se de que o silêncio de Deus não significa ausência. Ele está trabalhando na profundidade que você não vê. Ele prepara respostas que só serão compreendidas mais à frente. O Deus da aliança não abandona Seus filhos. Se Ele parece oculto, firme-se: Ele está ensinando algo que apenas o silêncio pode revelar.