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Tempos terríveis

Causa: Contaminação pelo mundanismo

O pensamento mundano influencia os crentes discretamente. Somos cada vez mais materialistas, secularistas e humanistas. O bem-estar humano substitui a glória de Deus e o autodeterminismo substitui a vocação divina.

Lectio.“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis.” 2Timóteo 3:1 (NVI, ©2000 - leia 2Tm 3:1-5)

Meditatio. Esta passagem se encaixa no propósito da Segunda Carta ao advertir Timóteo sobre a apostasia e preparar a igreja para tempos difíceis. A expressão “nos últimos dias” não indica apenas um tempo final e distante, mas um período já em curso, como mostram as instruções subsequentes: “afaste-se desses também”. Os tempos são chamados “terríveis” porque os vícios humanos se multiplicam em todas as áreas. No caráter: egoísmo, avareza, presunção, arrogância, blasfêmia. Nos afetos: desobediência aos pais, ingratidão, impiedade, falta de amor pela família, irreconciliabilidade, calúnia e ausência de domínio próprio. No convívio social: crueldade, inimizade contra o bem, traição, precipitação e soberba. Na espiritualidade: amor ao prazer acima do amor a Deus, aparência de piedade sem o seu poder. A instrução final é clara: Timóteo deveria afastar-se desses também. O texto denuncia a corrupção, ensina discernimento, promove a fidelidade e instrui à perseverança.

Oratio. A lista de dezenove vícios serve para verificação. Ela nos ajuda a entender o tempo em que vivemos. Ao orar sobre este texto, comece com um cuidadoso autoexame: se algum desses pecados se encontra em você, confesse-o e abandone-o. Depois, como Paulo orientou Timóteo, considere as pessoas que você influencia e lidera. Se perceber tais desvios, proponha-se diante de Deus a adverti-las com firmeza e amor. Por fim, busque a santidade junto com sua comunidade, rejeitando a aparência de piedade que nega o poder de Deus e evitando associar-se com aqueles que persistem nesses vícios que tornam esses dias terríveis.

Contemplatio. Pare agora e contemple, como Paulo, a humanidade ao seu redor. Veja como celebram em festas, tratam suas famílias, expõem-se nas redes sociais, conduzem negócios e relacionamentos, o que valorizam e o que desprezam. Como você descreveria este tempo? Agora olhe para o Senhor, exaltado em santidade e irradiando poder. O que Ele deseja de sua igreja? Que mensagem tem para ela? Veja-se nesse cenário, levantando-se com coragem para proclamar a Palavra de Deus em dias terríveis, não com aparência de piedade, mas no poder que transforma a vida.

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Confessio. Durante minha adolescência, mudamos para uma casa nova. Depois de alguns meses, ouvi uma vizinha conversando com minha mãe à porta. Ela dizia: “Vocês são tão diferentes, não se ouve gritaria em sua casa, apenas cânticos. Vocês são sempre sorridentes e gentis uns com os outros.” Aquele comentário abriu uma excelente oportunidade de testemunho, afinal nossa missão não se cumpre sem palavras.

Mas algo que aquela vizinha provocou em mim foi a destruição de qualquer traço de rebeldia adolescente que eu pudesse cultivar. Naquele instante, desejei ser mais sereno, cordato e gentil. Percebi claramente a importância de viver em conformidade com a piedade que professava.

Os anos se passaram, mas a cena permanece vívida em minha memória. Ainda hoje luto para não ser contaminado por esses tempos terríveis e seus vícios destrutivos, também procuro manter minha família livre dos vícios que refletem o mundanismo, o pensamento do mundo.