EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVEExemplo

NÃO HÁ ENTRE NÓS ÁRBITRO

Em meio ao sofrimento, dor e desilusão, Jó faz uma afirmação que aponta para a resposta de Deus perante a miséria humana. Falando sobre o Deus Santo e eterno e o ser humano limitado e quebrado, ele diz que “não há entre nós árbitro que ponha a mão sobre nós ambos” (Jó 9:33).

As palavras de Jó são um grito por mediação. Ele percebe a impossibilidade de apresentar seu caso perante Deus como se fossem iguais. A distância entre a santidade divina e a corrupção humana é infinita. Deus é eterno, soberano, puro e justo em todas as Suas obras. O homem, desde a queda, é inclinado ao pecado, limitado em entendimento e inteiramente carente de redenção.

Jó, sem compreender plenamente os planos de Deus, clama por um "árbitro", que em hebraico (yakach) é alguém capaz de intervir, apaziguar, reconciliar. Essa figura aponta para uma necessidade universal: alguém que faça a ponte entre o Deus santo e o ser humano pecador.

Lembre-se que Jó sacrificava a Deus em busca de perdão, como também fez Melquisedeque, Abraão, Isaque e Jacó, antes da função sacerdotal ser oficial e detalhadamente instituída nos tempos de Moisés. Ele, porém, reconhece a necessidade de alguém que faça o sacrifício, reconciliando Deus com os homens.

A resposta definitiva a esse anseio é revelada em Cristo Jesus. O autor aos Hebreus declara: “Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão” (Hb 4:14). Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5), pois é plenamente Deus e plenamente homem. Ele conhece a santidade divina porque é Deus eterno e Santo, e conhece nossas dores, tentações e fraquezas porque, sem pecado, viveu entre nós.

A cruz de Cristo é o tribunal em que o Santo e o pecador se encontram e a justiça é satisfeita. Ele é o "árbitro" por excelência, não apenas porque intercede, mas porque se entregou como sacrifício perfeito. Em Cristo, o abismo é vencido, a justiça é cumprida e a reconciliação é oferecida. Em Jesus, encontramos reconciliação, descanso e esperança. Ele é o árbitro que Jó ansiava e a resposta que todos precisamos.