EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVEExemplo

DEUS NÃO ME DEVE NADA

“[...] Quem lhe dirá: Que fazes?” (Jó 9:12)

Estas palavras de Jó nos confrontam com a majestade de Deus e a limitação humana. No capítulo 9, Jó declara que o Senhor é tão grandioso que “remove montes”, “move a terra”, “fala ao sol” e “estende os céus” (v.5-8). E, assim, afirma: “como poderia o homem ser justo para com Deus?” (v.2). Jó entende a distância infinita entre Criador e criatura. Deus é soberano, santo, poderoso e insondável. Nós, frágeis, limitados e quebrados pelo pecado.

Essa percepção de Jó é radicalmente oposta à mentalidade de nossos dias. Vivemos numa cultura marcada pelo antropocentrismo. O ser humano é frequentemente apresentado como o centro da vida, dono de direitos absolutos, merecedor de felicidade a qualquer custo. As mensagens modernas dizem: “você merece ser feliz”, “Deus tem que fazer”. Mas Jó nos lembra: Deus não nos deve nada. Não há méritos em nós que obriguem Deus a agir segundo nossas vontades. Ele não é nosso servo. Ele é o Altíssimo!

No entanto, a grandeza divina não anula a sua misericórdia. Pelo contrário, torna sua graça ainda mais maravilhosa. O Deus que não deve explicações é o mesmo que, em Cristo, se revelou como Salvador, oferecendo perdão, consolo e vida eterna aos que nele confiam. Jó, ainda que envolto em sofrimento e confusão, aponta para essa esperança.

Precisamos redescobrir a reverência diante de Deus. Não estamos diante de alguém que explicará todas as suas decisões ou se submeterá ao nosso crivo. Precisamos ouvir mais as Escrituras e menos os slogans da cultura. O Deus de Jó continua sendo o Deus da aliança, justo e bom.

Lembre-se de quem é Deus. Submeta-se à vontade do Pai, confiando em sua sabedoria. Quando o sofrimento vier, não diga: “Senhor, tu tens que me explicar!”, mas: “Senhor, sustenta-me pela tua graça”. E que a sua esperança esteja sempre naquele que nos reconcilia com Deus — Jesus Cristo, nosso fiel Mediador.