Salvos De Que?Exemplo

Filhos da ira, alcançados pela misericórdia

A Palavra nos mostra que, sem Cristo, estávamos espiritualmente mortos em nossos delitos e pecados. Não havia vida em nós, apenas uma existência separada de Deus, incapaz de responder ao Seu chamado. A morte espiritual não significa inexistência, mas afastamento do Criador, a ruptura do relacionamento para o qual fomos criados.

Paulo descreve essa condição como um andar segundo o curso deste mundo, guiados por nossas paixões e pensamentos egoístas, sob a influência do inimigo. É um retrato duro, mas verdadeiro: éramos cativos de forças externas e internas que nos arrastavam para longe de Deus.

Ele também declara que, por natureza, éramos “filhos da ira”. Isso significa que não nascemos neutros diante do Pai. Nascemos condenados, inclinados ao pecado, e destinados ao juízo. A ira de Deus não é um exagero teológico; é a justa reação do Deus santo contra a maldade humana. Todos, sem exceção, estávamos debaixo dessa condenação.

Mas então surgem as palavras que mudam toda a narrativa: “Mas Deus...”. Ele, sendo rico em misericórdia, agiu em nosso favor. O contraste é marcante: de um lado, a nossa condição perdida; do outro, o amor imensurável de Deus. Ele não esperou que melhorássemos, não exigiu que primeiro nos tornássemos dignos. Antes, quando ainda estávamos mortos, decidiu nos dar vida em Cristo.

Isso nos ensina duas verdades fundamentais: primeiro, a salvação não tem origem em nós, mas na misericórdia divina; segundo, todo o mérito pertence a Cristo. É Ele quem nos tira da condição de filhos da ira e nos adota como filhos amados.

Reconhecer essa realidade deve gerar em nós humildade profunda e gratidão constante. Já não somos inimigos de Deus, mas filhos recebidos em Seu amor.

Pergunta para reflexão: Você vive consciente de que a salvação não apenas o livrou do diabo, mas da ira justa de Deus? Como essa compreensão muda sua forma de adorar e agradecer?