Aqui Só Tem Tutano - Pte. 2Exemplo

Quando Deus parece distante
Introdução
Quando nasce uma criança, os pais carregam no colo. À medida que cresce, segura-a pela mão. Com o passar do tempo, andam lado a lado. A maturidade os distancia. Nesta fase, seguem caminhos distintos, por vezes, distantes. Mesmo que se vejam e falem esporadicamente, não se pode dizer que o amor mudou, antes, somente a forma de se relacionar.
Estou convencido, e quero mostrar biblicamente, que o amadurecimento espiritual passa por processo semelhante (Is 46:3-4). O aparente distanciamento de Deus à medida que amadurecemos na fé, não significa que o seu amor por nós mudou. A forma de se relacionar fica diferente de quando começamos.
O que aconteceria se um pai decidisse carregar seu filho no colo até a idade adulta? Ao invés de fazer bem, sufocaria o filho, limitaria-lhe o crescimento físico e mental, tiraria-lhe a autonomia e liberdade.
Você já observou como ficam os filhos que, por alguma razão, ficam presos e apegados aos pais até que morram? Ficam meio bobos, alienados, fora da realidade, sem vontade própria.
Deus não quer isto para nós. Seu aparente distanciamento não significa abandono, antes, a oportunidade de amadurecer e fortalecer nossa confiança nele. Vejamos alguns recortes bíblicos que parecem confirmar estas afirmações.
1. Deus nos deixa caminhar sozinhos
No início do seu ministério Jesus caminhou fisicamente com os discípulos. Porém, depois, eles tiveram que aprender a caminhar sozinhos. Confiando no Senhor, nos seus ensinos, na sua presença espiritual.
Apesar de prometer que nunca os deixaria, que estaria presente todos os dias até a consumação dos séculos, que o Espírito Santo os guiaria a toda a verdade, o que vemos na história da igreja, na luta para sobreviver contra a perseguição, o paganismo, as heresias, é uma igreja de discípulos que, confiando no Senhor, seguiram com muita autonomia.
Na verdade, algumas parábolas como: a dos talentos, do empregado fiel, da figueira, dos lavradores maus, falam de um distanciamento. Parecem indicar que até certo ponto Deus dá as orientações devidas, mas não fica de cima. Porém, quando voltar, vai requerer contas das decisões que tomamos.
2. Do deserto à terra prometida
Considere a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito, como sendo a conversão, o início da caminhada com Deus. Neste ponto eles eram totalmente dependentes de Deus, que os guiava, protegia, alimentava com o maná (Dt 29:2-6). Neste tempo eles presenciaram os maiores milagres.
Porém, tão logo o povo tomou posse da terra prometida e dela comeu o fruto, o maná cessou (Js 5:12). Não tinha mais milagre. Eles precisavam acreditar e confiar nas promessas e lutar para sobreviver. Agora tinham de plantar e colher para comer.
No início da jornada Deus fez tudo. Agora, eles estão por conta própria. Isto exige esforço, iniciativa. Só assim poderiam amadurecer.
É mais fácil seguir a Deus no sobrenatural do que no natural. Mas a fé madura é a que vive o extraordinário de Deus no ordinário.
O grande perigo que corremos nesta fase é pensar que não precisamos mais de Deus. Ele quer nos levar à maturidade, mas não à independência dele.
3. Crise de fé é pecado? (Mt 11:2-3)
Ter dúvidas é pecado? Ter crise de fé é pecado? Muitas vezes, as crises de fé, ao invés de serem sinônimo de pecado, pode significar a dor do amadurecimento.
Israel esperava ansiosamente o Messias. De certo modo, ele era a personificação de um sonho. Tudo quanto Israel esperava de bom estava sintetizado nesse personagem que Deus haveria de enviar.
Cada seita judaica foi formando sua ideia sobre como seria o tal Messias. Para os fariseus ele seria um estrito cumpridor da Lei de Moisés e viria ensinar Israel a observar a Lei, rejeitando a gentalha que nada sabiam da Lei.
Para os saduceus, o Messias seria um sacerdote que viria para confirmar o culto e a religião de Israel, trazendo riqueza para o povo.
Para os zelotes, ele seria um libertador político-militar. Faria guerra contra os romanos e restauraria a independência política de Israel.
Para os essênios, haveria dois messias: um sacerdote e um rei. Ambos puros, separados do povão, prontos a amaldiçoar os pecadores e recriar um Israel puro e santo.
Para João Batista, o Messias viria pronto para cortar a árvore que não desse fruto, com o machado na raiz das árvores, a pá na mão, o fogo inextinguível.
Em geral, todos esperavam um Messias glorioso, forte, vingador, triunfante, imbatível. Com ele a justiça de Deus prevaleceria e a vontade dele seria imposta na terra. Ante todas essas expectativas, veio um Messias pobre, manso, humilde, paciente, cheio de compaixão, para realizar sua missão, não impondo, mas, propondo.
Diante deste quadro, João teve uma crise de fé (Mt 11:2-3). Jesus era um Messias que não correspondia às expectativas dos vários grupos de Israel. Além disso, João estava preso, a ponto de perder a vida, e Jesus nada fez para libertá-lo (Jr 20:7). Na verdade, não fez qualquer coisa em prol dele.
Mas a dúvida de João era diferente da dúvida dos fariseus acerca da pessoa de Jesus. Então, precisamos diferenciar alguns tipos de dúvida:
a. A dúvida do incrédulo. Este rejeita a fé, rejeita a Cristo. Se recusa a crer e coloca em xeque a verdade. A este Deus repreende e condena;
b. A dúvida do rebelde. Este busca fugir da responsabilidade moral, como Eva diante da serpente;
c. A dúvida da mudança. Tendo acreditado em determinada tradição estabelecida, rejeita a crença antes aceita e muda para um novo conteúdo de fé;
d. A dúvida honesta. É uma dúvida que está mais interessada em aprender. Busca melhor compreensão do problema que a suscitou. Não foge da realidade.
Considerações finais
Deus não nos quer conformistas, nem hipócritas. Duvidar inteligentemente desenvolve nossa maturidade espiritual. Faz parte do nosso crescimento.
João foi buscar respostas em Jesus. E Jesus respondeu que ele era o Messias, não da maneira como João estava pensando, mas conforme a Escrituras.
Várias pessoas na Bíblia duvidaram, mas foram buscar respostas no lugar certo. Não adianta correr das questões difíceis, nem negá-las.
É no vale escuro que costumamos firmar nossas maiores convicções.
Um cristão sincero é composto de muitas perguntas, talvez, com poucas respostas.
Amém.
As Escrituras
Sobre este Plano

Se você busca mensagens bíblicas com profundidade, clareza e aplicação prática, este plano é para você. “Aqui só tem tutano” reúne mensagens que vão direto ao ponto, extraindo o melhor da Palavra para alimentar sua fé e desafiar sua caminhada com Deus. Cada mensagem foi cuidadosamente escrita para inspirar, confrontar e transformar, trazendo verdades sólidas, exemplos marcantes e orientações para a vida real. Prepare-se para mergulhar em temas relevantes, expostos com linguagem acessível e coração pastoral. Leia, reflita e permita que Deus fale profundamente ao seu coração. Aqui, só tem tutano.
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Gostaríamos de agradecer ao Jair Leal por fornecer este plano. Para mais informações, visite: www.ibmu.com.br
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