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Aqui Só Tem Tutano - Pte. 2Exemplo

Aqui Só Tem Tutano - Pte. 2

DIA 16 DE 30

Caminhando com o Cristo ressurreto: a tensão entre o “já” e o “ainda não”

Introdução

A jornada cristã é marcada por uma profunda tensão: o "já" e o "ainda não". Essa tensão nos ajuda a entender como Deus vê a nossa realidade e como nós, com nossos olhos humanos e limitados, muitas vezes deixamos de perceber as grandes verdades espirituais que já estão ao nosso alcance.

Para ilustrar essa verdade, vamos olhar para a história dos dois discípulos no caminho de Emaús. Eles estavam tão focados na dor e na decepção da crucificação de Jesus que não conseguiram reconhecer o Cristo ressurreto caminhando ao lado deles.

1.O “já” e o “ainda não”: duas perspectivas

A expressão “o já e o ainda não” é uma maneira teológica de entender a tensão entre a realidade presente e a esperança futura na perspectiva bíblica.

1.1 O “já”: a visão divina

Para Deus, o “já” representa a realidade plena, completa e eterna. Ele, sendo onisciente e eterno, enxerga o fim desde o princípio (Isaías 46:10). Para Ele, tudo está patente e desvendado como uma única realidade.

Sua visão transcende tempo e espaço, abrangendo todas as épocas e eventos como uma única realidade. Para Deus, as promessas e as realidades espirituais já são cumpridas, como se a consumação final já tivesse ocorrido.

A obra redentora de Cristo, por exemplo, é vista por Deus como uma vitória completa sobre o pecado e a morte, já consumada (João 19:30; Hebreus 10:12-14).

1.2 O “ainda não”: a visão humana

Por outro lado, o “ainda não” é a perspectiva humana, que é limitada e temporal. Confinados ao tempo e ao espaço, vemos e experimentamos a realidade de forma sequencial e cronológica.

Nossa compreensão é limitada pelo passado, presente e futuro. As realidades espirituais, muitas vezes, nos escapam, pois estamos presos às realidades materiais e tangíveis. Embora a vitória de Cristo sobre o mal esteja garantida, ainda não experimentamos a plena manifestação dessa vitória no mundo atual.

Aguardamos a consumação final, quando a nova criação será revelada e a justiça de Deus será estabelecida em sua plenitude (Romanos 8:18-25; Apocalipse 21:1-4).

1.3 A tensão entre o “já” e o “ainda não”

Essa tensão nos chama a viver em fé e esperança. Vivemos na expectativa do cumprimento total das promessas de Deus, reconhecendo que, aos olhos Dele, essas promessas já são realidade. A vida cristã é uma jornada de fé, onde confiamos na soberania e na fidelidade de Deus, mesmo enquanto aguardamos a realização plena de Sua vontade e Seu reino.

A compreensão do “já” e do “ainda não” nos ajuda a manter uma perspectiva equilibrada, reconhecendo o poder e a presença de Deus em nossas vidas, ao mesmo tempo em que mantemos nossos olhos fixos na esperança futura que Ele nos prometeu.

Essa visão nos encoraja a perseverar na caminhada cristã, vivendo em obediência e confiança, sabendo que o Deus que começou a boa obra em nós a completará (Filipenses 1:6).

2.O caminho de Emaús: a tristeza do “ainda não”

Os dois discípulos, em Lucas 24:13-24, caminhavam para Emaús, desanimados e decepcionados. Eles estavam tão absorvidos pela morte de Jesus que não perceberam a Sua ressurreição. Jesus, o Cristo ressurreto, caminhou ao lado deles, mas eles não o reconheceram. Seus corações estavam presos ao “ainda não” - à morte, à perda, à derrota.

Quantas vezes, em nossas vidas, nos encontramos como esses discípulos, focados em nossas perdas e decepções? Nossa visão natural nos limita e impede de enxergar o que Deus já está fazendo.

3.A revelação de Jesus: o “já” de Deus

Em Lucas 24:25-27, Jesus começa a revelar as Escrituras aos discípulos, explicando como tudo o que aconteceu fazia parte do plano divino. Ele mostra como as profecias do Antigo Testamento se cumpriram nEle. Apesar de ainda não reconhecerem Jesus, seus corações ardem com a verdade revelada.

Quando permitimos que a Palavra de Deus ilumine nossos corações, começamos a ver as coisas com a perspectiva divina. O “já” de Deus - Suas promessas e Suas obras - se torna mais claro para nós. Deus já vê nossa vitória, nosso futuro glorioso, mesmo quando estamos presos ao nosso presente doloroso.

4.Os olhos abertos: da decepção à esperança

Finalmente, nos versículos 28-35, os olhos dos discípulos se abrem quando Jesus parte o pão. Eles reconhecem o Cristo ressurreto e correm para Jerusalém para compartilhar a boa nova. A tristeza e a decepção se transformam em alegria e esperança.

Quando nossos olhos espirituais são abertos, começamos a ver a realidade como Deus a vê. Paulo ora em Efésios 1:18-19 para que os “olhos do coração” dos crentes sejam iluminados, para que compreendam a esperança da vocação, as riquezas da herança e o poder de Deus agindo neles. Precisamos dessa iluminação para viver na plenitude do que já é nosso em Cristo.

Considerações finais

A história dos discípulos no caminho de Emaús nos ensina sobre a importância de reconhecer a presença e a obra de Cristo em nossas vidas, mesmo quando não conseguimos vê-las com nossos olhos naturais. Deus já nos vê como vitoriosos, abençoados, herdeiros de Suas promessas.

Precisamos pedir que Ele ilumine os olhos do nosso coração para que possamos viver na realidade do “já”, mesmo enquanto ainda caminhamos no “ainda não”. Que a Palavra de Deus aqueça nossos corações, abrindo nossos olhos para ver e viver as riquezas que já são nossas em Cristo.

Que nossa fé seja fortalecida e que possamos caminhar com confiança, sabendo que o Cristo ressurreto está sempre ao nosso lado, guiando-nos e revelando Suas maravilhas a cada passo do caminho.

Amém.

As Escrituras

Sobre este Plano

Aqui Só Tem Tutano - Pte. 2

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