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O hoje e o amanhã: a semente e a colheita

Introdução

Imagine-se como uma semente, lançada em um solo que você não escolheu. Não escolheu seu nome, a data ou o local de seu nascimento. Estas decisões, em grande parte, foram moldadas pela vontade divina e pelos anseios de seus pais. Somos o resultado de uma complexa orquestração que indica que não somos fruto do acaso ou erro da natureza.

Essa orquestração complexa não apenas determina aspectos fundamentais de nossa identidade, como nacionalidade, religião, oportunidades, caráter e habilidades, mas também incorpora os impactos das decisões de terceiros e, acima de tudo, nossas próprias escolhas. Vamos mergulhar nesses três elementos intrínsecos que moldam nosso destino.

1. Acontecimentos fortuitos: a influência do incontrolável

A vida, por sua natureza imprevisível, nos sujeita a eventos que escapam completamente do nosso controle. São fenômenos naturais como chuvas, terremotos, vulcões, secas, pestes e pandemias. Essas forças da natureza não apenas desencadeiam mudanças abruptas em nosso ambiente, mas também têm o poder de moldar nosso destino de maneiras que não podemos antecipar.

Estes eventos, muitas vezes, trazem consigo uma série de consequências imprevisíveis, como fome, destruição, morte, enfermidades e desemprego. Mesmo diante de nossos esforços, somos forçados a reconhecer a limitação de nossa influência sobre esses eventos fortuitos, lançando luz sobre a verdade incontestável de que nem tudo está sob nosso domínio. Essa constatação nos leva a refletir sobre a interconexão entre a fragilidade humana e a imprevisibilidade da jornada da vida.

2. Decisões de terceiros: outras vidas moldando a nossa história

Outro aspecto crucial da nossa jornada são as decisões tomadas por terceiros, que, de maneira inesperada, deixam sua marca indelével em nossa existência. Guerras, perseguições, divórcios, assaltos, traições, abandono e abusos são exemplos de ações de terceiros que fogem ao nosso controle, mas podem alterar significativamente o curso da nossa vida.

Essas experiências podem trazer consigo uma carga emocional avassaladora, causando tristeza, dor, e até mesmo afetando nossa saúde física e mental. Nesses momentos desafiadores, é reconfortante lembrar que, mesmo quando somos meros agentes afetados, Deus é capaz de realizar uma transformação extraordinária. A promessa registrada em Romanos 8.28 ressoa como uma fonte de esperança, indicando que, em meio às decisões de terceiros, a providência divina pode redirecionar o mal experimentado ou causado para o bem, revelando a magnitude do cuidado de Deus em nossa história.

3. Nossas decisões: a força transformadora em nossas mãos

Somos, em parte, esculpidos pelo ambiente ao nosso redor, uma mistura do que nos acontece e das interações que enfrentamos. No entanto, é fundamental reconhecer o poder impactante das nossas próprias escolhas. Cada decisão que tomamos hoje molda o ser que seremos amanhã. Essa responsabilidade é séria, pois as consequências, boas ou ruins, reverberam em resultados de curto, médio e longo prazo.

a. Resultados de curto prazo: o impacto instantâneo das escolhas

As decisões do cotidiano, como a roupa que vestimos, a comida que escolhemos, ou com quem passamos nosso tempo, têm resultados imediatos. Seja comprar algo sem considerar as finanças, beber e dirigir, ou embarcar em uma viagem, essas escolhas desencadeiam efeitos quase instantâneos em nossa vida.

b. Resultados de médio prazo: a construção gradual do nosso caminho

As decisões que afetam o médio prazo incluem escolhas acadêmicas, hábitos de saúde, relacionamentos e estilo de vida. Se frequentamos a aula, estudamos, economizamos dinheiro ou sucumbimos a maus hábitos, essas opções moldam nosso futuro de uma maneira que pode levar algum tempo para se manifestar. Existem decisões cujos resultados demoram um pouco a serem sentidos, mas eles vêm.

c. Resultados de longo prazo: colheita de uma vida

Quando decido se vou casar, ter filho, qual profissão seguir, ser ou não um alcoólatra, um viciado em cigarro, drogas, se vou largar a família, se vou descuidar da saúde. Podemos pensar aqui também em decisões espirituais como, seguir o caminho de Cristo ou não, sair da igreja, abandonar a fé, não orar, não ler a Bíblia, viver no pecado. Neste caso, os resultados levam anos para serem sentidos, mas um dia a fatura chega. Tem algumas consequências, inclusive, que só virão depois da morte.

4. Como lidar com as consequências

Ao ponderarmos sobre as ramificações de nossas escolhas, fica claro que algumas decisões equivocadas podem ser revertidas, enquanto outras deixam marcas indeléveis. A certeza inegável é que cada decisão carrega consigo consequências, que podem oscilar entre o benefício e o prejuízo. Inclusive, vale ressaltar que a omissão de decisões também não escapa de suas próprias consequências.

Muitos enfrentam arrependimentos tardios por decisões precipitadas, assim como pelo adiamento de escolhas cruciais, perdendo oportunidades irrepetíveis. Essas decisões podem ser comparadas a sementes lançadas ao solo da vida. Antes de semearmos, precisamos refletir sobre a colheita desejada a curto, médio e longo prazo.

Deus, em Sua infinita graça, nos proporciona entendimento e a oportunidade de selecionar as sementes mais sábias para cultivarmos os melhores frutos. Quando o que ocorre foge ao nosso controle, Ele intervém, transformando situações adversas em lições e oportunidades de crescimento. Nas escolhas que repousam em nossas mãos, Ele nos concede a liberdade de escolha, sempre indicando o caminho mais excelente para seguirmos.

Considerações finais

Ao encerrar esta reflexão, convido você a uma introspecção sincera: está verdadeiramente satisfeito com quem é, com suas conquistas e com as escolhas que moldaram sua jornada? A sabedoria nos sugere constantemente a avaliação de nossas sementes plantadas e das colheitas que temos diante de nós.

A pergunta que ecoa nos corações é: “Gostaria de trocar algumas sementes enquanto ainda há tempo?” Este é um convite amoroso à mudança, à busca por uma transformação que conduza a colheitas mais abundantes e significativas. Permita-se refletir sobre as decisões tomadas, sobre as expectativas depositadas e sobre as sementes que você escolheu lançar ao solo da sua vida.

Em Provérbios 14.12, somos advertidos de que há caminhos que, à primeira vista, parecem certos, mas que, no final, conduzem à morte. Diante desse alerta, discernimento e reflexão são nossos aliados. Que, ao ponderarmos sobre as escolhas, possamos alinhar nossa jornada ao caminho da vida, escolhendo sementes que floresçam em frutos de paz, alegria e propósito.

Que esta reflexão inspire mudanças positivas em suas escolhas, conduzindo-o a uma vida plena e alinhada com os desígnios divinos. Lembre-se sempre: você tem a capacidade de escolher as sementes que plantará, e Deus, em Sua graça, está disposto a guiá-lo na seleção das melhores para uma colheita abundante e significativa.

Amém.