Aqui Só Tem Tutano - pt. 1Exemplo

Até que sejamos um

Introdução

O texto base desta mensagem se insere na seção conhecida como a oração sacerdotal de Jesus. Cristo acabara de tomar a última ceia com os discípulos e, agora, leva-os à presença do Pai, proferindo em prol deles sua última oração na terra.

Esta oração certamente foi pronunciada de forma audível e, embora se tratasse de um momento de intimidade e comunhão entre o Filho e o Pai, era, ao mesmo tempo, uma pregação, uma lição solene que o Mestre ensinava aos seus discípulos.

É possível observar uma gradação nesta oração. Em primeiro lugar, Jesus orou por si mesmo, pois estava prestes a enfrentar a cruz. Em seguida, orou por seus discípulos, para que Deus lhes preservasse por seu poder. Então, ora pela igreja do futuro, por aqueles que, em terras remotas e em tempos distantes, o receberão pela fé. Ele orou por nós.

Esta súplica nos diz respeito. Somos os beneficiários. Ocorre que, além de receber a bênção advinda desta intercessão, ainda aprendemos algumas coisas com Cristo.

1. A fé em Deus

Em primeiro lugar, aprendemos com Cristo, de modo prático, o que é a fé descrita em Hebreus 11.1 (ARA), que diz: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem.”

Jesus, neste ponto, demonstra uma fé plena e uma certeza inabalável nos fatos vindouros. Nesse momento, seus seguidores eram poucos. Ele tinha a cruz diante de si. Parecia mais um mestre derrotado de um grupo de derrotados. Não obstante, sua confiança permanecia inamovível de que muitos creriam em seu nome, então, por eles orava.

O Senhor parece ter uma visão das multidões de todas as eras que chegariam a crer através do testemunho dos apóstolos.

Esta passagem deveria ser-nos muito valiosa, pois nela Jesus ora por nós, que estamos a dois milênios de distância. Cristo orou por todos aqueles que creem nele.

Além de nos ensinar o que é intercessão, dar segurança de que temos alguém que intercede por nós junto ao Pai, ensina o que é fé, esta certeza inabalável e invisível que nos enche de esperança.

Você tem fé? Ora com fé? Acredita no Deus do impossível e no impossível de Deus? Também crê quando as circunstâncias parecem dizer não?

2. A confiança em seus discípulos

Em segundo lugar, vemos a confiança de Jesus em seus discípulos. Ele sabia que não o compreendiam por completo; sabia que não passaria muito tempo antes de o abandonarem em sua hora mais amarga.

Entretanto, foi nestes mesmos homens que ele depositou a sua confiança para que levassem a cabo a missão de espalhar seu nome pelo mundo inteiro. Jesus jamais perdeu sua fé em Deus nem sua confiança em seus discípulos.

Se o evangelho saiu de Jerusalém, passou por Samaria, chegou a Judéia, alcançou os confins da terra, chegando até nós, é porque estes discípulos em quem Jesus confiou, mesmo sendo falhos e pecadores, confiaram nele e lhe foram obedientes. É porque o Pai os preservou ouvindo a oração de Jesus. Você crê que Deus ouve as nossas orações?

Ocorre que ainda hoje o Senhor confia que nós iremos continuar espalhando seu nome diante daqueles que ainda não o conhecem. Ele conta com cada um de nós para levar o evangelho salvador. Você acha que Jesus se equivocou?

Ele será conhecido como o salvador do mundo por nosso intermédio. Esta missão não foi dada a anjos, é minha e sua. Ele não se equivocou nesta decisão; ele continua confiando em mim e em você como seus agentes de expansão.

Mas o que Jesus esperava desta igreja do futuro? Qual seria sua força de impacto?

3. A unidade

Jesus orou para que todos os seus discípulos fossem um como Ele e seu Pai são um. Esta unidade é de natureza espiritual. Pai, Filho e Espírito Santo são um em essência; os crentes, por outro lado, são um em mente, esforço e propósito.

A união entre Jesus e Deus é uma união de amor e obediência. É em amar uns aos outros que a unidade dos crentes adquire expressão e se torna visível ao mundo.

Ao longo de toda a história da igreja, muitos amaram as suas próprias organizações eclesiásticas, seus próprios credos, seu próprio ritual, mais do que amavam a seu próximo. Mas só o amor que Deus implanta nos corações dos homens pode derrubar as barreiras erguidas entre si e entre suas organizações.

A prática do amor cristão é uma das principais razões para o crescimento das igrejas. A falta de amor pode impedir o crescimento de uma igreja. A indiferença, a luta pelo poder, a fofoca, as panelinhas, o sempre querer ter razão, tudo isto mostra que esta igreja está enferma e carente de amor, e impede o seu crescimento. E quem iria querer fazer parte de uma comunidade desta?

Devemos ser pessoas que amam, não pessoas que sabem que têm de amar. 1Co 13:13 informa que o amor é mais importante que os milagres, que os dons, que o conhecimento e até mesmo que a esperança. Tudo isso, um dia, se tornará desnecessário, mas o amor, este tem valor eterno e continuará necessário na eternidade.

Carência de amor (solidão) é a enfermidade do nosso tempo. Pesquisas demonstram que um quarto da população sofre de solidão crônica. Ela é uma das causas mais comuns do suicídio. Muitos casamentos têm fracassado devido à carência de amor.

As doenças psíquicas, nos últimos anos, aumentaram assustadoramente. De cada cinco pacientes que procuram um clínico geral, um sofre de alguma doença psíquica ou da somatização de problemas psíquicos.

Carência de amor (solidão) é a enfermidade do nosso tempo. Ela é uma das principais causas do suicídio, dos divórcios; é uma das causas de muitas doenças psíquicas, neuroses e psicoses.

Quantos sofrem porque se sentem rejeitados! Quanta tristeza, choro, sofrimento pela fome de amor! E a igreja do Senhor pode saciar esta fome!

Nosso desafio como igreja do Senhor é experimentar o amor de Deus e levar outras pessoas a fazerem o mesmo.

4. Resultado da unidade

A unidade leva pessoas a crerem em Jesus como Messias e Salvador. A unidade é um testemunho de que Cristo era de fato o messias, aquele que o Pai enviou com a missão salvadora. Logo, a unidade tem propósitos evangelísticos.

Unidade gera força, poder, influência, conduz ao amor. Tal como via Jesus, a unidade é que convenceria o mundo da verdade do cristianismo e do lugar de Cristo.

É mais humano apartar-se que reunir-se. A unidade verdadeira entre os cristãos seria um "ato sobrenatural que exigiria uma explicação sobrenatural".

Ao deparar-se com a desunião dos cristãos e das Igrejas, o mundo não pode perceber o valor supremo da fé cristã. Nosso dever individual é demonstrar a unidade de amor com nosso próximo, que é a resposta à oração de Cristo.

Considerações finais

Jesus não orou pelo mundo, mas ele orou por mim e por você, nós os que cremos. Se vivermos em unidade, amaremos a Cristo e uns aos outros. As pessoas serão impactadas e poderão ser alcançadas para Cristo.

Quanta responsabilidade repousa sobre a igreja de Jesus. O mundo anseia ver nossa unidade para crer em Jesus como o salvador enviado pelo Pai. Que sejamos um em amor, em propósito, em unidade. Que possamos orar e lutar até que sejamos um, como Cristo orou e desejou que fôssemos.

Amém.