SOFRIMENTO - Um Servo Nas Mãos De DeusExemplo

O Silêncio de um Pai Presente

Desde que o pecado entrou no mundo, o sofrimento tornou-se um vale pelo qual todos nós passamos repetidamente ao longo da vida. Quando estamos nesse vale, nossa alma tende a se fixar tanto na dor que, naturalmente, esquecemos da promessa de Jesus: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; Eu venci o mundo.” (Jo 16:33 ACF). Ele não apenas nos alertou sobre as dificuldades, mas também se apresentou como a fonte do nosso ânimo e esperança.

Contudo, neste momento nossa maior tentação é questionar o amor de Deus por nós. Como se Ele estivesse alheio às nossas lágrimas e lamentos. Como se o Seu silêncio diante do nosso clamor indicasse Seu afastamento ou descaso. Nessa hora precisamos lembrar: Deus é Pai.

Embora muitas vezes não entendamos a necessidade de alguns sofrimentos, a Bíblia diz que Deus nos trata como filhos que ama e nos disciplina para sermos participantes da Sua santidade. Ou seja, nesse processo de santificação que nos conduz à Sua plena comunhão, Ele escolheu o sofrimento como ferramenta de disciplina cuidadosa e redentora.

Hebreus 12:6-10 ARA:

"porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe... pois que filho há que o pai não corrige? (...) Deus, porém, nos disciplina para aproveitamento, a fim de sermos participantes da sua santidade"

Estejamos certos que nenhuma lágrima escorre em vão no rosto de um filho de Deus. Diferente de nós, o Senhor vê o fim desde o princípio. Por isso, soberanamente, Ele dá, tira, aguarda... Por isso, descansemos, mesmo diante do Seu difícil silêncio. Tão certo quanto nossa tribulação é que Ele nos vê e ouve!

Nenhuma criança se alegra na hora da disciplina, mas por trás de sua dor momentânea, há um pai com o coração apertado vendo o final da história. A disciplina exige firmeza, paciência e perseverança, tanto de quem aplica quanto de quem recebe.

Embora Jesus não tivesse qualquer falha a ser corrigida, tomou para si o pecado de toda a humanidade. Em nossa semelhança, "aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu." (Hb 5:8). Na cruz, experimentou a disciplina que cabia a nós! E, no momento em que agonizava a maior dor já sentida, sofrimento semelhante acontecia em oculto - o silêncio do Pai ao ouvir: "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" (Mt 27:46 NVI).

Assim como Deus não estava alheio à dor de Cristo lá, não está aquém da nossa angústia aqui. Contudo, Ele o permite porque, no pano de fundo de muitos sofrimentos, está em curso a nossa santificação "sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14 NVI). Portanto, meu amado irmão, minha querida irmã, precisamos cultivar esses olhos de filhos no dia mau. Corações dóceis que não se esquecem de quem segura a vara.

Deus usa o sofrimento como um servo em Suas mãos. Ele sabe que é nesse lugar que nosso orgulho começa a ceder, e finalmente percebemos o que realmente importa e tem valor. O sofrimento é um colírio espiritual que desembaça os olhos do nosso coração, e passamos a ver com clareza quem somos, e o quão amados e sustentados somos pela graça de Deus.