Amar como Cristo AmouExemplo

É fácil se sentir indigno do amor de Deus após falhar. Quando erramos com alguém que amamos, ou quando nos afastamos do que sabemos ser certo, a culpa tenta nos convencer de que não há mais caminho de volta. Mas é justamente nesse lugar de fracasso que o amor de Cristo revela sua face mais restauradora.

Pedro sabia bem o que era prometer e falhar. Ele havia dito que nunca abandonaria Jesus, mesmo que todos os outros o fizessem. Mas, diante do medo e da pressão, negou o Mestre três vezes. A Bíblia diz que, ao negar pela terceira vez, o olhar de Jesus encontrou o dele. Pedro saiu dali chorando amargamente (Lucas 22:61-62 - ARA). Aqueles olhos não o acusavam, mas também não ignoravam sua queda. Eles anunciavam o tipo de amor que restaura: aquele que vê tudo — e ainda assim continua amando.

Após a ressurreição, Jesus vai ao encontro de Pedro. Ele não aparece com julgamento, mas com pão e peixe assando na brasa. Em João 21, temos uma das conversas mais profundas da Bíblia. Três vezes Jesus pergunta: “Pedro, tu me amas?” — a mesma quantidade de vezes que Pedro o negara. E ali, entre lembranças de negação e palavras de graça, Jesus não apenas perdoa, mas reconfirma a missão de Pedro: “Apascenta as minhas ovelhas.” O amor de Cristo não apenas acolhe — ele envia de novo. Ele restaura o propósito que parecia perdido.

Outro exemplo poderoso está na vida do profeta Oséias. Deus ordena a Oséias que se case com uma mulher infiel — Gômer — para simbolizar o amor persistente de Deus por Israel, mesmo quando o povo O trai. Gômer o abandona, se entrega a outros homens, vive longe da sua casa. Mas Deus diz a Oséias: “Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo, e adúltera” (Oséias 3:1 - ARA). E ele vai. Ele a compra de volta. Ele a leva para casa. Esse é o amor que restaura. Um amor que vai até o fundo do poço para resgatar. Um amor que escolhe ver além da ferida, além da traição, além da vergonha.

Quantas vezes nos vemos como Pedro — decepcionados conosco mesmos? Ou como Gômer — distantes, com o coração dividido, presos em ciclos de culpa? Mas o amor de Deus não se afasta de quem falha. Ele se aproxima. Ele não vem com condenação, mas com restauração. Ele nos chama de volta, não para o lugar que perdemos, mas para o lugar que Ele sempre sonhou para nós.

Amar como Cristo amou também envolve restaurar quem está ferido. Às vezes, Deus nos convida a ser como Jesus foi com Pedro: estender graça a quem errou. Outras vezes, Ele nos chama a ser como Oséias: amar com coragem, mesmo quando isso significa reconstruir algo que foi quebrado.

Mas em todas as situações, Ele nos convida a crer que o amor pode curar. Pode reconstruir. Pode fazer novo. Porque, em Cristo, a última palavra nunca é o erro — é a redenção.

Versão da bíblia utilizada para esse devocional ARA.