Do Ferimento à CuraExemplo

DIA 5: Faça Um Apelo Piedoso

"Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se."
– Tiago 1:19 (NVI-PT)

A Bíblia não nos ensina apenas o que dizer, mas quando e como dizer.

Quando um relacionamento está ferido, precisamos fazer um apelo à pessoa machucada. Esse apelo deve vir com o tom certo, no tempo certo e com uma boa proporção entre afirmação e correção.

Tom:

"A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira."
– Provérbios 15:1 (ARC)

O tom da nossa comunicação é um dos fatores mais críticos na restauração de um relacionamento. Um tom negativo inclui: falar com raiva, defensividade, impaciência, apressar o outro a responder, interrompê-lo, usar sarcasmo, suspiros, bater portas, entre outros. Nosso instinto natural é nos defender ou reagir com a mesma intensidade.

Mas palavras duras apenas alimentam o conflito, como lenha no fogo. Elas geralmente resultam em mais feridas, mal-entendidos e brigas desnecessárias.

O tom também envolve linguagem corporal e expressões faciais, incluindo o contato visual.

Gentileza não é fraqueza. É força sob controle.

Tempo:

"...tempo de calar e tempo de falar."
– Eclesiastes 3:7 (NVI-PT)

O tempo é essencial na comunicação. Até mesmo a verdade pode causar mais mal do que bem se dita na hora errada. Não tente resolver conflitos quando estiver com raiva. Se possível, espere até que ambos estejam calmos. O silêncio pode ser um presente; o domínio próprio é poderoso.

Proporção:

O Dr. John Gottman ensina que existe uma "proporção mágica" em interações saudáveis durante conflitos: 5 interações positivas para cada 1 negativa. Outros sugerem que relacionamentos familiares saudáveis precisam de cerca de 10 palavras afirmativas para cada 1 crítica.

Relacionamentos crescem quando evitamos focar nas falhas e nos dedicamos a afirmar o bem, a virtude e o esforço do outro.

Cada pessoa é um universo. Elas vêm de histórias diferentes, criadas por famílias diferentes, com formas distintas de ver o mundo. É produtivo perguntar o que eles estavam pensando, sentindo ou querendo no momento da conversa, em vez de já começar com correções ou acusações.

Tente dizer:

• “O que você estava sentindo quando me disse isso?”
• “Me ajuda a entender o que você sentiu quando eu falei aquilo?”

Também é útil compartilhar como você se sentiu, em vez de apenas apontar erros. Por exemplo:

• “Me senti rejeitado(a) quando você disse aquilo.”
• “Fiquei desapontado(a) com aquela atitude.”

E quando chegar sua vez de se arrepender, confesse.

• Não diga: “Desculpa se te magoei.”
• Diga: “Eu me arrependo. Me perdoa.”

Tiago nos convida a ter uma postura de paciência e maturidade nos relacionamentos — especialmente com os feridos.

Jesus vivia isso. Quando foi confrontado, acusado ou questionado, Ele não reagia por impulso. Ele ouvia. Ele pausava. E falava com clareza e compaixão.

Seguir Jesus é adotar esse ritmo em nossas conversas, lares e conflitos. Isso não é passividade, mas intencionalidade. É honrar as pessoas como Deus as honra.

Minha Oração:

Pai, desacelera a minha alma. Em um mundo tão rápido e barulhento, ensina-me a ouvir com atenção. Ajuda-me a escutar não apenas palavras, mas corações. Silencia meu impulso de interromper ou de falar sem entender. Que eu fale com amor, não por medo. Que minhas palavras sejam cheias de graça, bondade e intencionalidade. Que elas construam, não destruam. Ensina-me a responder com paz, mesmo quando me sinto provocado. Em cada conversa de hoje, faz-me mais parecido com Jesus. Em nome do Teu Filho, amém.