Não sei. Só sei que foi assim! - Parte 3Exemplo

O meu sofrimento nem se compara

Texto: 2Coríntios 11.16-33

Depois de Jesus, o apóstolo Paulo é um dos personagens bíblicos mais estudado e citado da teologia cristã, afinal, ele escreveu praticamente metade do Novo Testamento. Até os 28 anos de idade, Paulo foi um judeu que observava as leis da religião judaica e também um perseguidor da Igreja: “quanto ao zelo, persegui a igreja; quando à justiça que há na lei, fui irrepreensível” (Filipenses 3.6).

Dos 28 aos 41 anos de idade, Paulo muda de lado, e se torna um cristão convertido e fervoroso: “este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome perante os gentios, e os reis, e os filhos de Israel; e logo nas sinagogas pregava a Jesus, que este era o Filho de Deus. Assim andava com eles (os discípulos) em Jerusalém, entrando e saindo, e pregando ousadamente em nome do Senhor” (Atos 9.15, 20, 28, 29a). Dos 41 aos 53 anos de idade, Paulo tornou-se um missionário itinerante e, de 53 até a morte, aos 62 anos de idade, tornou-se o prisioneiro e o organizador das igrejas.

Boa parte da biografia de Paulo é contada diretamente, através de fatos relatados, outros detalhes, no entanto, são inferidos a partir dos seus textos e posições teológicas. Mas, o que ninguém pode negar é que Paulo sofreu, e não foi pouco, no cumprimento da sua missão de pregar o Evangelho a todo o mundo conhecido da época. Ao ler 2Coríntios 11.16-33, você encontrará os sofrimentos de Paulo nominados: ele foi açoitado várias vezes, foi preso, foi apedrejado, sofreu atentados, sofreu naufrágio, viveu dificuldades e perigos em cidades, estradas, desertos e rios, esteve em perigo junto a salteadores, entre judeus, gentios e falsos irmãos, sofreu fome, frio e até nudez, e outras coisas. Aí você me pergunta porque aconteceu dessa forma? Não sei, só sei que foi assim. E não foi somente isso, não. Por amor ao Evangelho, mais do que sofrer em vida, Paulo perdeu a própria vida. Reza a tradição que ele foi decapitado por Nero, em Roma, por volta de 67 ou 68 d.C. De perseguidor a perseguido, Paulo escreve uma indelével história de fé, devoção a Deus e à Igreja, e que atravessa os séculos.

Por amor à humanidade, ninguém sofreu e nem sofrerá mais do que Jesus, e por amor ao Evangelho, dificilmente alguém alcançará Paulo em dificuldades. Mais do que exemplo para a nossa vida, olhar para tão grande sofrimento me mostra que as minhas dificuldades perdem de longe. Por amor ao Evangelho, os cristãos de hoje, em sua maioria, praticamente, não sofrem. Reclamam de barriga cheia, se queixam porque são mimados, e quando pregam, o fazem relaxadamente, porque não têm um preço alto a pagar.

Portanto, no dia que se chama hoje, agradeça a Deus porque você tem liberdade de cultuar a Deus onde quiser, tem liberdade para pregar o Evangelho a qualquer pessoa, tem liberdade de ler a Bíblia e andar com ela em todos os lugares. Agradeça a Deus porque você pode pertencer a uma igreja e levar todos os seus familiares e amigos a também pertencerem. Seja grato por tudo que Deus lhe dá. Se Jesus e Paulo nunca reclamaram de seus sofrimentos, do que podemos reclamar? Nada. Apenas seja grato e continue a obra de pregação que Deus confiou em suas mãos.