Angústia e AnsiedadeExemplo

Quase 5 meses presa em minha casa, e eu havia piorado.

O desmame da medicação antiga era terrível e cheio de sintomas que pioraram minha ansiedade e tontura, e me traziam novos sintomas. Todos os dias precisava recorrer a algumas gotas de calmante e ficar deitada 90% do tempo. Vi na internet que muitas pessoas que retiraram este medicamento sofreram igual a mim, e que só me restava insistir lentamente.

O grande problema disso era que eu não estava retirando a medicação por estar bem (como as pessoas que vi nos relatos da internet), e sim porque ela me fez mal e eu estava iniciando outra medicação que tinha efeitos colaterais iniciais de adaptação. E tudo isso junto com meus sintomas de ansiedade, angústia e depressão, o resultado não poderia ser pior.

Achei que sentiria alívio, mas eu só me sentia pior, eu jamais pensei que fosse possível! Pensamentos completamente disfuncionais tomaram conta da minha mente, 30% por eu já não estar bem, e 70% pela retirada da medicação. Eu tinha episódio de tremores, espasmos, sudorese, taquicardia quase que diários. Eu temia a morte. Estava com medo da minha mente e das ideias malignas que ela plantava em minha cabeça.

Eu pensava em morrer, mas ao mesmo tempo temia a morte. Também pensava que esse era o meu fim, meses em uma cama aos 20 e poucos anos, sem amigos, sem nada. Eu só parava de chorar para me alimentar e para dormir, mas o nó na garganta me sufocava. Meu rosto tinha micro cortes de tanto enxugar minhas lágrimas e assoar meu nariz. Estava fraca, letárgica e sem esperanças. Mas, para piorar, não tinha mais forças de ler a Bíblia e orar como antes. O que me fazia achar ainda mais que Deus havia me abandonado.

Conversando com meus pais, eles me falaram sobre Romanos 12:2, que fala da renovação da nossa mente segundo à vontade do Senhor. Lemos Salmos 34:1-12, que falou sobre buscar refúgio e esperança no Senhor. E sozinha li Habacuque 3:17-19, que falava que mesmo que não haja mantimentos nas árvores frutíferas ou nos campos, me alegrarei no Senhor.

Já li a Bíblia inteira e conhecia essas passagens, mas dessa vez eu não estava apenas as conhecendo, mas vivendo-as. Eu estava sentindo na pele cada palavra que os autores escreveram em meio às suas lágrimas. Ler aquelas palavras não aliviava meus sentimentos, mas me fazia perseverar independente do que eu sentia. Eu pratiquei Lamentações 3:19-26, mesmo sentindo a escuridão gritar dentro de mim, me mantive firme lembrando-me daquilo que me dava esperança.

E com isso, orei:

“Senhor, não sinto diferença nos meus sentimentos. Não me sinto menos triste, menos desesperada ou menos angustiada. Minha carne ainda grita por socorro. Mas eu não quero ser dependente das minhas condições para ter a certeza da Tua Palavra. É fácil falar, mas quase impossível de fazer, então, por favor, me ajude, Pai. Me ajude a enfrentar essa batalha que parece ser infindável. Me ajude a repetir a mim mesma qual é a minha esperança eterna, e não focar no agora. Amém.”.