Fé cidadãExemplo

Quando a espiritualidade e a política se encontram

A reflexão entre fé e política sempre foi complexa. No Brasil atual, existe uma enorme tensão entre os evangélicos e a sociedade não evangélica, num relacionamento conturbado que provoca diagnósticos precipitados acerca desse grupo de cristãos.

Os evangélicos são percebidos e representados na grande mídia de maneira preconceituosa. É preciso deixar claro, porém, que ser evangélico não é sinônimo de inflexibilidade, ignorância e alienação, apesar dos maus exemplos de indivíduos que se posicionam como arautos da fé evangélica no Brasil. 

Também não somos um bloco homogêneo. O termo “evangélico” refere-se, em nossos dias, a dezenas – talvez, centenas – de grupos muitos distintos entre si em uma série de aspectos doutrinários, teológicos ou mesmo de costumes e tradições.

Na esteira dessa reflexão acerca das formas de representação e identidade, outra questão é a atuação de evangélicos na esfera pública. Debater de peito aberto e com honestidade o papel do cristão e das igrejas na construção de uma sociedade menos desigual é fundamental em tempos como o que estamos vivendo.

Meu desejo é levar você a perceber como é possível uma pessoa ou uma comunidade exercer sua cidadania de forma plena, seja nas esferas político-partidárias, seja na vida cidadã na polis, tendo sempre como foco os valores da espiritualidade cristã. Tudo isso na esperança de contribuir para o construtivo e crescente debate acerca de fé, política e cidadania no Brasil.

Adaptado de Carlos Bezerra Jr., Fé cidadã (Mundo Cristão, 2018).