Seladas: FragrânciaExemplo

Dia 4: Discernindo o Aroma

"Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal."– Hebreus 5:14 (NVI-PT)

Nem todo aroma é agradável ou benéfico. Um nariz treinado consegue detectar quando um perfume estragou, quando os ingredientes são sintéticos em vez de naturais ou quando uma fragrância foi mal combinada. Da mesma forma, a maturidade espiritual envolve desenvolver a capacidade de discernir entre o conhecimento que carrega a fragrância da verdade e aquele que traz o odor do engano.

O falso conhecimento muitas vezes tem um cheiro atraente de imediato. Ele promete respostas fáceis, soluções rápidas ou conclusões lisonjeiras. Como fragrâncias artificiais que parecem agradáveis na loja, mas causam dor de cabeça quando usadas, alguns ensinamentos parecem atraentes a princípio, mas se mostram prejudiciais com o tempo. Podem cheirar como sabedoria, mas carecem da profundidade e consistência da verdade que vem da Cruz de Jesus e que foi provada ao longo das gerações.

O orgulho também tem seu próprio odor distinto que pode contaminar até mesmo o bom conhecimento. Quando começamos a acreditar que nossos insights nos tornam superiores aos outros, nossa sabedoria passa a carregar o cheiro azedo da arrogância em vez da doce fragrância da humildade. Os fariseus possuíam vasto conhecimento religioso, mas o orgulho o corrompeu em algo que afastava, em vez de atrair, as pessoas para Deus. Como um perfume rançoso e corrompido, torna-se pegajoso e atrai pragas.

Outro é o medo, que também distorce a fragrância do conhecimento. Quando usamos o que sabemos para construir muros em vez de pontes, para excluir em vez de incluir, nosso entendimento se torna defensivo em vez de acolhedor. A verdadeira sabedoria carrega o aroma do perfeito amor que expulsa o medo, que atrai as pessoas para a esperança em vez de afastá-las com condenação.

Mas o conhecimento autêntico, a sabedoria que vem do alto, carrega uma fragrância inconfundível. Essa sabedoria divina encontra sua expressão plena na Cruz de Jesus, onde a verdadeira maturidade é revelada. Ela é caracterizada por humildade, que reconhece o quanto ainda não sabemos. Tem notas aromáticas de compaixão, que se lembram de como nós mesmos precisamos de graça e orientação. É misturada com esperança, que acredita na possibilidade de crescimento e mudança para todos.

A Cruz nos ensina que o discernimento autêntico flui do amor, e não do medo ou da vingança. Ela transforma a maneira como nos aproximamos daqueles que falham. Nesta realidade da Nova Aliança em Jesus, aprendemos a distinguir entre a pessoa e suas ações. Lembramos que nós também já estivemos em necessidade da mesma graça que agora devemos estender aos outros.

Sob essa aliança de misericórdia, nosso discernimento se torna uma ferramenta de restauração em vez de condenação. Julgamos com esperança de cura, corrigimos com o objetivo da reconciliação e falamos a verdade sempre temperada com graça.

A maturidade nascida do Calvário nos faz reconhecer uma verdade: todas as pessoas que encontramos, assim como nós, precisam profundamente do poder transformador do amor. Por isso, nossa sabedoria se torna redentiva, não apenas punitiva.

Minha Oração:

Pai, dá-me discernimento para reconhecer a diferença entre a sabedoria que vem de Ti e o conhecimento que agrada à minha carne. Ajuda-me a sentir o cheiro da diferença entre verdade e engano, entre humildade e orgulho, entre amor e medo. Que o meu entendimento sempre carregue a fragrância autêntica do Teu Espírito Santo. Em nome de Jesus, Amém.

Perguntas para Reflexão:

1. Como você pode desenvolver melhor o seu sentido espiritual de “olfato” para discernir entre o conhecimento que realmente edifica e aquele que apenas impressiona?
2. Quais são os sinais de alerta de que o seu próprio conhecimento pode estar se contaminando com orgulho ou medo?