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Como um exemplo

Solução: Comunidade da visão

Não existe vocação isolada. O chamado acontece e se realiza dentro da comunidade dos crentes, no corpo de Cristo. Os vocacionados, quem os envia e quem os recebe formam o corpo no qual a missão se torna realidade.

Lectio.“Mas por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna.” 1Timóteo 1:16 (NVI ©2000 - leia 1Tm 1:12-17)

Meditatio. Esta passagem cumpre o propósito da carta ao contrastar os falsos mestres, que faziam mau uso da Lei, com o verdadeiro ministro do evangelho, cuja vida é fruto da graça. Paulo agradecia a Cristo por tê-lo fortalecido e considerado fiel, não porque fosse digno, mas porque recebeu misericórdia. Antes blasfemo, perseguidor e arrogante, foi transformado em exemplo vivo da vocação que nasce do perdão. A Lei revelara seu pecado, mas a graça o superou, transbordando em fé e amor. A declaração “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores” une testemunho e teologia: a vocação nasce da salvação experimentada. O apóstolo entendeu que sua história servia de modelo para todos os que creriam depois, mostrando a paciência e o propósito de Cristo. Assim, sua experiência pessoal se integrava à comunidade da fé, e a memória da graça o conduziu à adoração: “Ao Rei eterno... honra e glória para todo o sempre.” O texto ensina graça, denuncia arrogância, promove humildade e instrui à comunhão no ministério.

Oratio. Neste texto, Paulo se apresenta como modelo oposto aos falsos mestres que denunciou, por isso ele é tão atual. Ore para que a salvação e a vocação que você recebeu pela graça se tornem um exemplo, tanto na igreja que o envia quanto na igreja que o recebe. Mude sua mente: abandone a arrogância dos méritos pessoais e abrace a imensidão da graça e da misericórdia divinas, que trouxeram salvação e designação para o ministério. Comprometa-se diante do Senhor a exercer seu ministério com humildade. E, sobretudo, adore ao Deus único, imortal e invisível. Uma vida de adoração une a humildade ao exemplo necessário para conduzir outros à fé e à vida eterna pela comunicação do evangelho.

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Contemplatio. Veja como as pessoas ficam confusas no escuro e até amedrontadas. Quando a luz se apaga, elas interrompem o que estão fazendo e esperam que alguém resolva o problema. Agora observe quando a luz se acende: elas não olham diretamente para a lâmpada, mas passam a enxergar com nitidez e a trabalhar com confiança. Assim é o ministério para o qual você foi chamado por Deus. Você é essa lâmpada, um exemplo da graça e da misericórdia que salvam, iluminando a vida daqueles que creem na mensagem do evangelho. Seja sempre o exemplo dos fiéis.

Confessio. Certa vez, ainda bem jovem, preguei em uma igreja na qual eu vinha discipulando vários adolescentes. No final do culto, à porta, um homem, um tanto embriagado, acusava e menosprezava os crentes, atacando diretamente a mim, que havia pregado.

Naquele momento, alguns daqueles adolescentes que eu discipulava saltaram à frente em minha defesa: “Se você o conhecesse, não diria essas coisas.” Foi uma experiência de ter a aljava cheia ao falar com o inimigo à porta da cidade. Eu estava plenamente integrado naquela igreja, mesmo não sendo a minha, porque ali eu era o exemplo dos fiéis.

Nós não exercemos nossa vocação isoladamente. Estamos conectados às pessoas que nos enviam e às que recebemos, como exemplos da graça salvadora e enviadora do nosso Deus. E você, tem sido o exemplo que as pessoas precisam para a fé e a vida eterna?