EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVEExemplo

TEMA A DEUS E AFASTE-SE DO MAL

“Mas onde se achará a sabedoria? E onde está o lugar do entendimento?” (Jó 28:12)

Essa pergunta ecoa do coração de Jó no meio do sofrimento e do questionamento sobre os caminhos de Deus. Em todo o capítulo 28, ele descreve a busca humana pelo conhecimento, comparando-a à mineração que cava as profundezas da terra em busca de tesouros. Contudo, a verdadeira sabedoria não se encontra nos lugares mais remotos, nem pode ser comprada com ouro ou prata. Jó conclui sua reflexão afirmando: “E disse ao homem: Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento” (Jó 28:28).

Essa definição ecoa no livro de Provérbios, onde repetidamente se declara: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9:10). É interessante notar que tanto Jó quanto Salomão chegam ao mesmo ponto: o temor do Senhor não é apenas o início, mas a essência da sabedoria. E o reflexo natural desse temor é afastar-se do mal.

A ordem é importante. Primeiro vem o temor: reverência, adoração e submissão ao Deus santo. Esse temor gera uma consciência espiritual que ilumina o caminho e alerta contra o mal. À medida que o crente teme ao Senhor, ele se apega à luz e se desvia das trevas.

Fugir do mal não se limita a ações visíveis. É necessário afastar-se do mal nos pensamentos, guardando a mente contra o orgulho, a inveja e a sensualidade. Também nos relacionamentos, discernindo influências, preservando a pureza e buscando o que edifica. E na moralidade, andando em integridade mesmo quando ninguém vê, lembrando que o temor do Senhor é a profunda consciência de que vivemos sob Seus olhos a todo tempo.

Ao contrário da filosofia humana, que busca sabedoria no acúmulo de informações, o crente em Cristo encontra a sabedoria ao temer a Deus e rejeitar o pecado. Isso molda suas decisões, valores e prioridades. Sem o temor do Senhor, a vida cristã se torna superficial. Sem o afastar-se do mal, a fé se torna hipócrita. Mas, com ambas, o crente caminha em segurança.

Somos chamados a cultivar o temor do Senhor na rotina de nossos dias: na Palavra, na oração, no quebrantamento constante. Esse temor será como uma tocha que nos guia, sobretudo em tempos escuros. E precisamos ser diligentes em evitar o mal, não apenas o escandaloso, mas também o sutil: o julgamento silencioso, o orgulho disfarçado, as palavras dissimuladas. Em Cristo, temos graça para vencer.