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DO NAUFRÁGIO AO LOUVOR

A tempestade termina em louvor, não em lamento.

"O louvor é a respiração natural de quem sobreviveu à tempestade com Cristo no barco." Matt Redman

O relato da viagem de Paulo não termina com a imagem dramática de um navio destruído, mas com a cena vitoriosa de um homem que continua sua missão, agora com um novo cântico nos lábios. Ele chegou ao destino, mas carregava algo muito mais precioso do que quando partiu: experiências que só a tempestade poderia gerar, milagres que só a ilha poderia revelar e uma fé que nem o mar, nem o frio, nem a víbora, nem as calúnias e incertezas puderam quebrar.

Sobrevivência não era o objetivo final. O que Deus queria era transformar sobreviventes em adoradores. E o louvor que nasce depois da tormenta é diferente: ele vem carregado de marcas, lágrimas e gratidão profunda. É um louvor maduro, não baseado no que recebemos, mas em quem descobrimos que Deus é. E de quem somos agora, transformados por Ele.

Quando louvamos depois do naufrágio, não estamos apenas celebrando que “acabou”, mas testemunhando que Deus esteve presente em cada onda, em cada rajada de vento, em cada noite escura. Esse louvor se torna pregação viva: outros ouvirão e também confiarão no Senhor. As pessoas podem ver e tocar na vida de quem passou por um naufrágio transformador como este e agora está louvando, com pés firmados em terra seca.

Talvez você tenha chegado até aqui cansado, com cicatrizes e histórias difíceis. Não desperdice esse final em murmuração. Levante um cântico novo, mesmo que seja entre lágrimas. O Deus que conduziu Paulo até Roma é o mesmo que vai conduzir você ao porto seguro.

VENCEMOS!

Você chegou ao fim deste devocional, mas a jornada não termina aqui. Durante 31 dias, navegamos juntos pelas águas de Atos 27 e 28. Passamos por tempestades, vimos naufrágios, sentimos o frio de Malta e nos aquecemos junto à fogueira. Observamos Paulo seguir viagem, abastecido e determinado, rumo ao seu chamado.

Se há algo que a história de Paulo nos ensina é que o plano de Deus nunca é interrompido por tempestades e mudanças de rota. Pelo contrário, Ele as usa para nos moldar e equipar, para recalcularmos rotas. Malta, para Paulo, não foi perda de tempo, mas um laboratório da graça. Foi ali que a bondade de estranhos se tornou providência divina, que milagres revelaram o poder de Deus e que o missionário seguiu fortalecido para completar sua missão. Ali Paulo aprendeu que o Deus que comanda oceanos inteiros sopra o vento como quer para que sua salvação chegue mais perto de toda gente.

Agora, é a sua vez. Talvez a sua “Malta” tenha outro nome, uma pausa inesperada, um diagnóstico, uma perda, uma transição. Mas o mesmo Deus que conduziu Paulo conduz você. Ele é Senhor do mar e da ilha, da tempestade e do porto. Ele tem propósito e provisão para tudo.

O convite é simples, mas profundo: não deixe estas páginas no passado. Continue a viver estas verdades. Volte a elas quando sentir frio na alma e sentir que está naufragando, quando precisar reacender a chama ou quando o vento parecer contrário. Decore versículos, compartilhe reflexões, ore com base no que aprendeu. E, acima de tudo, mantenha os olhos fixos no Autor e Consumador da nossa fé. Ele é nosso rumo e nos levará em segurança até o destino final.

"Aquele que começou boa obra em vocês há de completá-la até o dia de Cristo Jesus.” Filipenses 1:6