Entendendo o Amor Incomparável de DeusExemplo

Misericórdia: O Coração que Poupa

A misericórdia é a porta pela qual entramos na paciência divina. A palavra hebraica rachamim tem ligação com o útero materno (rechem), sugerindo uma compaixão íntima, profunda e visceral. É isso que Deus sente por nós: uma misericórdia que nos vê em nossa miséria espiritual e se move para nos poupar da destruição.

Em Lamentações 3:22-23 (ARA), lemos: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.” Se Deus fosse apenas justo, já estaríamos perdidos. Mas Ele também é misericordioso, e essa misericórdia segura o juízo com mãos de amor.

Pense em um juiz que vê o réu culpado, mas, por empatia, suspende a pena e oferece reabilitação. Essa imagem se aproxima do que Deus faz conosco diariamente. Ele vê nossas falhas, nossos pecados, nossa dureza... e ainda assim não nos consome. Ele espera, dá chances, envia alertas e oferece redenção.

A misericórdia divina não anula a justiça, mas nos concede tempo para o arrependimento. Jesus, ao olhar para Jerusalém, chorou por ela, pois sabia do juízo que viria, mas também sabia que muitos estavam rejeitando a misericórdia que lhes era estendida. Em Lucas 13:34 (ARA), Jesus lamenta: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir teus filhos, como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!”

A misericórdia de Deus é sempre um convite à transformação. Não se trata de permissividade, mas de oportunidade. Ele não está ignorando o pecado — está esperando que o pecador volte para casa.

Que possamos lembrar: cada novo dia é uma prova de que Deus ainda está segurando o castigo que merecemos. Misericórdia não é fraqueza de Deus — é força amorosa, sustentando o mundo e nos chamando para perto.