Sua família é um projeto de Deus?Exemplo

A família do Éden

Seja bem-vindo à série devocional "Sua família é um projeto de Deus?" da Igreja Presbiteriana de Manaus, a Igreja da Amazônia.

Saiba que você é alvo de nossas orações e que o objetivo desta série é abençoar ainda mais o seu casamento e, consequentemente, toda a sua casa.

Neste primeiro devocional, aprenderemos sobre a Família do Éden — ou seja, Adão, Eva e seus filhos. Os textos bíblicos relacionados estão indicados junto ao devocional, e aconselhamos que todos os leiam com atenção. Lembremos que é a Palavra de Deus que nos liberta e nos abençoa.

Vivemos um momento muito delicado em nossa sociedade, especialmente quando o assunto é a família. A primeira pergunta que frequentemente nos fazem é: “De que tipo de família vocês estão falando?”

Isso porque a literatura social nos apresenta dezenas de modelos familiares — desde os considerados mais tradicionais até os mais peculiares. A questão é, de fato, mais complexa do que imaginamos.

No entanto, seguindo o método científico de resolução de problemas, sabemos que, quando algo acontece — seja na sociedade, na medicina ou mesmo nas ciências exatas — é necessário retornar à origem daquele evento para compreendê-lo plenamente. E o texto bíblico nos apresenta justamente o ato criativo da família. É sobre esse princípio que refletiremos, buscando compreender o que podemos aprender a partir dele.

Em primeiro lugar, precisamos lembrar que o casamento é formado por pessoas que são “imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1.27-29). E o que isso quer dizer para nós? Que fomos criados para refletir muito do que Deus é em nossas vidas — características como personalidade, sentimentos, companheirismo, lealdade, criatividade, entre tantas outras.

Quando nos casamos, não devemos impor ao nosso cônjuge o “nosso jeito” de ser, mas respeitá-lo em seu próprio “jeito de ser”. Precisamos olhar para o nosso cônjuge e não enxergar apenas os defeitos, mas também as virtudes, reconhecendo nelas a conexão com a imagem e semelhança de Deus.

Por mais corrompido que o ser humano esteja por causa do pecado cometido no Éden, essa imagem e semelhança não foi totalmente destruída ou perdida. Os traços divinos ainda estão presentes e, quando enxergamos nosso cônjuge dessa forma, as críticas e os julgamentos perdem sua força.

Paremos de brigar e de lançar em rosto os defeitos um do outro. Antes, busquemos perceber o toque de Deus na pessoa amada.

Em segundo lugar, precisamos lembrar que Deus deu uma tarefa ao homem, mas percebeu que ele precisava de ajuda (Gênesis 2.15-25). O homem foi colocado no Jardim do Éden para cuidá-lo. Era um grande trabalho, pois, além de cultivar a terra e cuidar das árvores frutíferas, ele ainda precisava administrar os animais, dando-lhes nomes.

Adão precisava de ajuda, mas não se encontrava, em toda a criação, algo ou alguém que fosse compatível com ele. Diante disso, o Senhor Criador fez Adão cair em um sono profundo e, ao retirar uma de suas costelas, criou Eva. Quando Adão a viu, encheu-se de alegria e exclamou com entusiasmo: “Finalmente! Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne.”

Feliz é o homem que enxerga sua esposa dessa forma — como aquela que foi criada para ajudá-lo —, e feliz é a mulher que compreende essa sua vocação. Tanto o homem quanto a mulher precisam entender que têm papéis específicos em suas vidas e que um precisa do outro para que esses papéis sejam plenamente cumpridos.

O homem tem algo a realizar, mas não conseguirá sozinho; e a mulher deve saber que é ela quem o ajudará a cumprir aquilo que lhe foi proposto. Eles não são inimigos, nem servos um do outro, mas companheiros na mesma missão — e é juntos que conseguirão realizar aquilo que Deus deseja.

Em terceiro lugar, precisamos lembrar que não é o local que nos protege do pecado (Gênesis 3.1-24). Haveria lugar mais agradável do que o Jardim do Éden? Árvores frutíferas por todos os lados, rios maravilhosos, animais dóceis e mansos. E, acima de tudo, havia o mais importante: a presença de Deus. O próprio Senhor ia diariamente, ao entardecer, ao Jardim para ter comunhão com aquele casal. Que lugar extraordinário!

Porém, mesmo diante da ordem divina de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, aquele casal pecou, trazendo juízo sobre toda a criação. Muitas vezes me perguntam o que exatamente aquele fruto fazia. Satanás os enganou dizendo que eles seriam “como Deus, conhecedores do bem e do mal”. O que ele não lhes disse é que o ser humano é incapaz de discernir entre bem e mal sem a presença e a direção do Senhor.

Não há parâmetro dentro do homem, separado de Deus, que o capacite a ser juiz da própria consciência. A partir do momento em que o homem comeu do fruto, passou a se julgar suficiente para definir por si mesmo o que é bom e o que é mau. Mas não temos essa condição sem Deus. Só Ele pode saber, com perfeição, o que é bom e o que é mau. Só Ele tem o diagnóstico preciso sobre toda e qualquer situação. Sem Ele, não conseguimos sequer discernir entre a mão direita e a esquerda.

Nos nossos casamentos e famílias, todas as vezes que tentamos ser os juízes da situação — querendo dar a palavra final sobre o que é certo ou errado sem consultarmos ao Senhor —, estamos, na prática, comendo novamente do fruto proibido. E, assim, invariavelmente somos expulsos do lugar de descanso que Deus preparou para nós.

Em quarto e último lugar, precisamos lembrar que nossos filhos são herança do Senhor (Gênesis 4.1-16), mas que o inimigo de nossas almas também os tentará. Não é incomum, em uma mesma família, termos filhos mais obedientes do que outros — mesmo comendo a mesma comida, frequentando a mesma escola, dormindo no mesmo quarto e recebendo as mesmas lições bíblicas.

Precisamos, como família, estar atentos à condição do coração de nossos filhos. Adão e Eva tiveram Caim e Abel, e percebemos, pelo texto bíblico, que eles não estavam de acordo em muitas de suas ações. Um cuidava de animais, enquanto o outro trabalhava com plantações. Um oferecia com alegria as suas primícias em sinal de adoração, enquanto o outro apresentava uma oferta com um coração diferente. Até que, por fim, um irmão tirou a vida do outro.

É muito triste perceber que, já na segunda geração da humanidade, ocorreu o ato mais violento que alguém pode cometer — o homicídio.

Sabemos que há momentos de grandes dificuldades e desafios em nossas vidas, mas, mesmo diante deles, podemos confiar no Senhor. Com a morte de Abel, Adão e Eva tiveram outro filho, chamado Sete, e deste nasceu Enos, ocasião em que se começou a invocar o Nome do Senhor.

Creiamos no Senhor, nosso Deus, e entreguemos nossos filhos em Suas mãos, orando em todo o tempo por eles e tendo a sensibilidade de pastorear o coração de cada um, aproximando-os de Deus.

Concluímos este breve artigo recapitulando que:

1) Seu cônjuge foi feito à imagem e semelhança de Deus. Perceba isso.

2) Precisamos do nosso cônjuge para realizar o que Deus quer que façamos. Não é bom que estejamos sozinhos. Sozinhos, não conseguiremos.

3) O problema ou a solução das nossas vidas não está no lugar onde estamos ou deixamos de estar. A solução de nossos problemas está no Senhor. Busquemos a Ele, pois mesmo o mais terrível deserto contará com a presença de anjos nos servindo, enquanto o mais lindo e agradável jardim pode se tornar palco de queda e destruição.

4) Mantenha a sensibilidade no coração de seus filhos, procurando saber como está a vida de adoração de cada um. Não importa se são diferentes e apresentam ofertas diferentes. O que importa é o coração do adorador. Observem isso em seus lares e não permitam que a morte alcance vossas casas.

Deus te abençoe e até o próximo devocional. Amém.